BNDES desembolsa R$ 34,8 bilhões para financiamentos e lucro recorrente sobe
No terceiro trimestre, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou expressivos R$ 34,8 bilhões para financiamentos em curso, indicando um incremento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2022. Este desempenho resultou em um lucro líquido recorrente de R$ 2,9 bilhões, apresentando um crescimento notável de 21,3% em comparação ao terceiro […]

No terceiro trimestre, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinou expressivos R$ 34,8 bilhões para financiamentos em curso, indicando um incremento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2022. Este desempenho resultou em um lucro líquido recorrente de R$ 2,9 bilhões, apresentando um crescimento notável de 21,3% em comparação ao terceiro trimestre do ano anterior. Os desembolsos totais para financiamentos em curso totalizaram R$ 34,8 bilhões, acumulando R$ 75,4 bilhões até setembro.
Com projeções otimistas para o restante do ano, o diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos, Nelson Barbosa, estima que os desembolsos possam atingir a marca de R$ 119 bilhões, representando um aumento significativo de 23% em relação a 2022. Se concretizado, este montante corresponderá a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), embora ainda esteja distante da meta estabelecida pela diretoria do banco em março, que almejava alcançar 2% do PIB até 2026, ao final do mandato do atual governo federal.
Durante uma entrevista realizada na última sexta-feira, Nelson Barbosa adotou uma perspectiva mais flexível em relação a essa meta, apresentando três cenários possíveis. No cenário “base”, os desembolsos atingiriam 1,2% do PIB em 2024, chegando a 1,4% em 2026. A antiga meta de 2% do PIB, equivalente a aproximadamente R$ 200 bilhões nos valores atuais, agora é considerada parte de um cenário “otimista”.
Ao ser questionado sobre essa mudança de abordagem, Barbosa minimizou, afirmando:
“O objetivo de alcançar 2% em 2026 permanece, mas isso depende da demanda. Como todo banco, o BNDES também elabora mais de um cenário, não se restringindo apenas ao desejado. Mantemos um cenário conservador, que preserva o tamanho atual do banco, e um cenário de expansão mais moderada.”
De acordo com o diretor do BNDES, o cenário conservador pressupõe que os desembolsos, como proporção do PIB, permaneçam no mesmo patamar deste ano. Já a expansão “moderada” considera que as liberações de financiamentos sigam o ritmo de crescimento observado em 2023.
“Quem determinará qual cenário será mais factível serão as ações do banco, mas, principalmente, a evolução da economia e a disponibilidade ou não de alternativas de captação”, concluiu Barbosa.
Vender ações BNDES não é solução, diz Mercadante
Durante a divulgação dos resultados em São Paulo, Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, contestou a ideia de vender as ações de grandes empresas mantidas pela BNDESPar como uma estratégia para angariar recursos. A carteira de ações alcançou um valor de R$ 67,6 bilhões em setembro, elevando o total das participações societárias, incluindo os fundos, para R$ 71,3 bilhões. Este montante representou um aumento de 14,2% em relação ao registrado em dezembro de 2022.
Mercadante afirmou que a venda de ações é uma possibilidade, desde que gere retorno para o banco. Ele destacou a recente valorização das ações da Petrobras e a queda nos preços das ações da JBS como exemplos. No entanto, enfatizou que não há urgência para vender ações e que não serão tomadas decisões que resultem na destruição de capital. Além disso, ele mencionou que, embora alguém possa ter lucrado com vendas no passado, isso não se repetirá com a atual administração.