Bitcoin testa suporte de US$ 80 mil e encerra fevereiro com queda de 22%
O bitcoin caiu abaixo de US$ 80 mil nesta sexta-feira, refletindo um cenário de incertezas globais e aversão ao risco.

O bitcoin (BTC) enfrentou dificuldades nesta sexta-feira (28), ao perder o importante suporte de US$ 80.000, testando novos níveis de preço devido a um cenário econômico instável. A maior criptomoeda do mundo viu seu valor recuar 8% e ser negociada a US$ 80.023,00. Este movimento está diretamente relacionado a fatores externos, como as novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e a cautela dos investidores em relação à inflação e às políticas do Federal Reserve.
O impacto das tarifas comerciais de Trump e o sentimento de aversão ao risco
O principal fator que levou à queda do bitcoin foi a confirmação, por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que novas tarifas comerciais entrarão em vigor em 4 de março. Serão aplicados 25% sobre as importações do México e do Canadá, além de um novo imposto de 10% sobre produtos chineses. A expectativa de uma escalada nas tensões comerciais resultou em uma redução do apetite ao risco dos investidores, que começaram a reduzir suas posições em ativos mais voláteis, como as criptomoedas.
Com o aumento das incertezas no comércio global, o mercado financeiro passou a refletir esse pessimismo, com os investidores direcionando seus recursos para ativos considerados mais seguros. Essa tendência de aversão ao risco foi amplificada por outros fatores econômicos, incluindo as pressões inflacionárias observadas nos Estados Unidos.
A expectativa dos investidores pelo relatório de inflação PCE dos EUA
Em paralelo à crescente aversão ao risco, o mercado está atento à divulgação do relatório de inflação PCE (Personal Consumption Expenditures) dos Estados Unidos, uma das principais métricas acompanhadas pelo Federal Reserve. Os dados, que serão divulgados nesta sexta-feira, são esperados para indicar uma alta de 0,3% no mês, com uma variação anual de 2,6% no núcleo da inflação e 2,4% no índice geral.
Esses números são cruciais para o futuro das políticas monetárias dos EUA, já que a persistência das pressões inflacionárias pode levar o Fed a adotar uma postura ainda mais restritiva, elevando as taxas de juros. A expectativa de aumento nas taxas de juros pode enfraquecer ainda mais o bitcoin e outras criptomoedas, que historicamente têm se beneficiado de um ambiente de juros baixos.
Bitcoin encerra fevereiro com desvalorização de 22%
Com a perda do suporte de US$ 80.000, o bitcoin deverá concluir fevereiro com uma desvalorização superior a 22%. Desde a sua máxima histórica de US$ 108.000, registrada após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, a criptomoeda acumula uma queda de quase 27%. Esse movimento de queda reflete não só as tensões comerciais, mas também a mudança no sentimento dos investidores, que se mostraram cada vez mais céticos com relação às perspectivas futuras para o mercado de criptomoedas.
Inicialmente, o otimismo em torno de possíveis políticas favoráveis às criptomoedas, somado a uma expectativa de maior adoção, impulsionou o bitcoin. No entanto, o cenário global de incertezas e as novas restrições, tanto comerciais quanto monetárias, esfriaram esse entusiasmo, resultando em uma tendência de baixa contínua nas últimas seis semanas.
Altcoins também sofrem perdas significativas
As altcoins, acompanhando a queda do bitcoin, também registraram perdas expressivas. A segunda maior criptomoeda, o ethereum (ETH), caiu 10,6%, sendo negociada a US$ 2.108,50, com uma desvalorização de 36% no mês. O XRP, por sua vez, recuou 10%, projetando uma queda de 34% em fevereiro. Outras moedas como solana (SOL), cardano (ADA) e polygon (MATIC) também sofreram perdas significativas, seguindo a tendência de aversão ao risco que predominou no mercado.
Entre os tokens de memes, o dogecoin (DOGE) apresentou uma queda de 11,4%, enquanto o $TRUMP (um token relacionado ao ex-presidente dos EUA) desvalorizou 15,2%. Esse cenário é reflexo do movimento de venda generalizada nos mercados, com os investidores buscando liquidez e maior segurança.