Na manhã desta terça-feira (15), o bitcoin (BTC) superou a marca de US$ 85 mil, refletindo um momento de recuperação para a criptomoeda. No entanto, o cenário permanece repleto de incertezas, com investidores mostrando cautela e aguardando os próximos passos do governo dos Estados Unidos e as consequências da guerra tarifária iniciada por Donald Trump. Apesar do otimismo nas últimas semanas, os mercados ainda se mostram apreensivos, o que resulta em variações limitadas nos preços de curto prazo.

O que impulsionou a alta do bitcoin?

O bitcoin tem experimentado um aumento contínuo, alcançando seu nível mais alto desde os dias anteriores à escalada da guerra tarifária entre os Estados Unidos e diversos países. Desde a suspensão temporária de tarifas sobre produtos eletrônicos e a isenção para diversos países, o mercado cripto tem respirado aliviado. A valorização de 0,92% na manhã desta terça-feira, elevando o preço da criptomoeda para US$ 85.676, mostra que o mercado ainda está se ajustando aos novos desenvolvimentos.

De acordo com o analista Beto Fernandes, da Foxbit, a recuperação do bitcoin pode ser interpretada como um sinal de resiliência do ativo digital. Embora as taxas de saques tenham aumentado em fundos de ETFs, muitos investidores estão lidando com o mercado de forma mais estratégica, com um foco em gerenciamento de risco, ao invés de uma falta de confiança no ativo.

A guerra tarifária e o impacto no mercado de criptomoedas

A relação entre o bitcoin e a guerra tarifária é complexa, e especialistas afirmam que os investidores estão esperando para ver como a situação se desenrolará. O aumento das tarifas propostas por Trump e as possíveis reações dos países afetados, principalmente no setor de tecnologia e produtos eletrônicos, ainda geram grande incerteza. A suspensão das tarifas em alguns casos trouxe alívio imediato, mas a instabilidade pode afetar a confiança em mercados de maior risco, como o das criptomoedas.

Apesar das incertezas, alguns investidores veem o bitcoin como um ativo de proteção contra a volatilidade do mercado tradicional. O maior desafio, no entanto, é a falta de clareza sobre os próximos passos da administração dos Estados Unidos, o que mantém muitos investidores em modo de espera.

Principais movimentos no mercado cripto

Além do desempenho do bitcoin, outras criptomoedas também estão atraindo atenção no mercado. Confira como se comportam as principais moedas:

  • Ethereum (ETH): Com queda de 2,22%, o Ethereum segue sendo uma das maiores criptomoedas do mercado, mas enfrenta desafios em sua evolução, com o preço de US$ 1.634.
  • XRP (XRP): A moeda da Ripple experimentou uma leve queda de 0,05%, sendo negociada a US$ 2,15.
  • BNB (BNB): A Binance Coin registrou um pequeno recuo de 0,59%, sendo negociada a US$ 588,81.
  • Dogecoin (DOGE): A famosa criptomoeda impulsionada por Elon Musk teve uma queda de 4,14%, com o preço de US$ 0,1588.

Enquanto o bitcoin sobe, outras criptomoedas enfrentam pressões de venda, o que reflete um ambiente de mercado ainda incerto.

A crescente adoção do bitcoin por empresas

Mesmo com as flutuações no preço, o bitcoin continua sendo adotado por grandes empresas como uma reserva de valor. A Strategy, anteriormente conhecida como MicroStrategy, comprou cerca de 3.450 bitcoins no valor de US$ 286 milhões na última semana. A companhia agora detém mais de 530 mil bitcoins, um ativo de US$ 45,2 bilhões.

Além disso, empresas brasileiras também estão se adaptando ao novo cenário econômico, como a Méliuz, que convocou uma assembleia de acionistas para votar sobre a possibilidade de adotar o bitcoin como um ativo estratégico de sua tesouraria.

Outros destaques do mercado cripto

Núclea, uma empresa de tokenização de ativos, recebeu autorização do Banco Central do Brasil para operar como depositária central de ativos financeiros, como CDBs, LCIs, e LCAs. Isso pode representar um avanço importante no mercado brasileiro de criptomoedas e tokenização de ativos tradicionais.

Além disso, o Google atualizou sua política de publicidade para criptomoedas na União Europeia. A partir de 23 de abril, apenas empresas licenciadas como Provedores de Serviços de Criptoativos (CASPs) poderão anunciar exchanges e carteiras digitais no bloco europeu. Esta mudança pode impactar a visibilidade de algumas plataformas, mas também estabelece uma regulamentação mais robusta para o setor.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.