O mundo da arte contemporânea foi agitado nesta quinta-feira (21) com a venda de uma obra do icônico artista Jean-Michel Basquiat. Seu desenho “Untitled” (1982), uma das suas peças mais reconhecidas, foi arrematado por R$ 134 milhões (US$ 23 milhões) em um leilão realizado pela renomada casa de leilões Christie’s em Nova York, marcando um novo recorde para obras em papel do artista. O leilão, que envolveu 42 lotes de arte do século 21, arrecadou ao todo R$ 619 milhões (US$ 106,5 milhões), revelando o crescente apetite dos colecionadores por peças exclusivas de artistas contemporâneos.

Basquiat estabelece recorde para obras em papel

A venda de “Untitled (1982)” se destacou como o lote mais caro da noite e também como o maior recorde para uma obra em papel de Basquiat, superando o recorde anterior de US$ 15,2 milhões, estabelecido em 2020 pela obra “Untitled (Head)”. Estimado inicialmente entre US$ 20 milhões a US$ 30 milhões (aproximadamente R$ 116 a R$ 174 milhões), o desenho foi arrematado por US$ 19,5 milhões e, com as taxas, totalizou US$ 23 milhões. A peça foi adquirida após apenas dois minutos e meio de lances, evidenciando a alta demanda por obras do artista, que continua a ser uma das figuras mais emblemáticas do movimento neoexpressionista.

Outros recordes e obras notáveis do leilão

O evento foi um marco não apenas para Basquiat, mas também para outros artistas contemporâneos. A Christie’s registrou recordes de vendas para diversas obras, incluindo peças de Firelei Báez, William Eggleston, Denzil Forrester, Sasha Gordon, Roni Horn, Ana Mendieta, Hilary Pecis e Sarah Sze. Além disso, o leilão viu o estabelecimento de recordes para uma escultura de Keith Haring e uma obra em papel de Louise Bourgeois, destacando o forte interesse por obras de artistas consagrados e emergentes do século 21.

A estratégia da Christie’s e o impacto no mercado de arte

O leilão foi parte de uma série de vendas de arte moderna e contemporânea promovidas pela Christie’s, que há tempos se destaca por atrair colecionadores de alto poder aquisitivo. A casa de leilões se tornou um local de referência para a compra de peças únicas e, com a venda de Basquiat, reforçou seu papel como líder do mercado global de arte. A Christie’s, ao longo dos anos, tem consolidado o leilão de arte do século 21 como um evento de grande destaque, com peças que atraem investidores e colecionadores de diferentes partes do mundo.

O leilão foi realizado em Nova York, mas, como muitas vendas de arte contemporânea, atraiu atenção internacional, com lances vindo de diversos países. Este tipo de evento reflete um cenário global em que obras de artistas consagrados, como Basquiat, continuam a valorizar-se em mercados de arte de alta gama, com interesse crescente por parte de investidores que enxergam arte como uma forma de diversificar suas carteiras.

Leilões milionários da Christie’s: Comparação com vendas anteriores

Embora o leilão de Basquiat tenha sido um grande sucesso, o evento da Christie’s realizado na terça-feira (19), com obras de Mica Ertegun, bateu novos recordes, arrecadando R$ 2,8 bilhões (US$ 486 milhões). Entre os itens vendidos estava uma pintura de René Magritte, que foi adquirida por um valor impressionante de R$ 703 milhões (US$ 121 milhões), o que fez desse leilão um dos mais lucrativos da temporada.