Banco do Brasil (BBAS3) não deve ser impactado com quebras de safra do agro, diz CEO
De acordo com a avaliação feita pela CEO do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, a instituição não deve ser impactada com as quebras de safra do agro em 2024. Apesar de ter chamado a atenção e gerado diversas manchetes, a executiva afirmou em entrevista, na última terça-feira, que a desaceleração do agronegócio já está […]
Banco do Brasil (BBAS3) não deve ser impactado com quebras de safra do agro, diz CEO
De acordo com a avaliação feita pela CEO do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, a instituição não deve ser impactada com as quebras de safra do agro em 2024. Apesar de ter chamado a atenção e gerado diversas manchetes, a executiva afirmou em entrevista, na última terça-feira, que a desaceleração do agronegócio já está prevista nas projeções do banco e não deve comprometer a entrega do seu guidance.
“Embora exista uma quebra de safra, que é pequena, nos grãos temos safras recordes em outras culturas. O Brasil é um país com essa característica no agronegócio, que é muito diverso”, explica Medeiros.
De acordo com a CEO, as projeções do BB já contemplam uma desaceleração do setor entre 11% e 15%. Além disso, ela assegurou que os desafios enfrentados pelo agronegócio neste ano não são tão graves e que as questões climáticas estão sob controle.
“Temos modelos de análise de risco que trazem para nós com muita precisão o que acontecerá com o agro e com as questões climáticas. Existe variação? Tem. Mas mesmo assim é possível estimar com muito mais precisão”, conta.
Além disso, Medeiros reiterou a confiança do Banco do Brasil em entregar seu guidance e expandir sua carteira de crédito. Diante de um cenário de redução das taxas de juros no Brasil e expectativas de cortes nos EUA no segundo semestre, o BB planeja expandir, inclusive, no crédito com pessoa física.
“Temos a oportunidade de capturar um ganho de valor. O aumento do salário mínimo e de renda, que impulsionam o consumo, além da melhora na atividade industrial. Com a queda de juros, naturalmente conseguimos crescer nessas frentes”, afirma.
Tarciana Medeiros também destacou que o Banco do Brasil tem uma carteira de crédito que é “um sonho” por conta da diversificação. Para ela, a “distribuição entre setores traz segurança para quando ocorre assimetria de desempenho em algum dos mercados”.
Estimativas sobre desaceleração do agro
Previsões para 2024 indicam que o agronegócio brasileiro não deve repetir o sucesso do ano passado, em razão de fatores climáticos.
A economista do FGV Ibre, Juliana Trece, acredita que nem é questão de que os números serão ruins, mas que “2023 foi um ano muito bom e é difícil crescer no mesmo ritmo. O sarrafo foi colocado lá em cima”, diz.
Para a Conab, a espera é de uma queda na produção de grãos. Através de um boletim, em fevereiro, o órgão avaliou que a produção da próxima colheita será de 299,9 milhões de toneladas. Ou seja, 20,1 milhões de toneladas (-6,3%) abaixo do que em 2023. Soja e milho, duas das principais cadeias de produção brasileiras, estão previstos pela Conab como os mais afetados.
Já Ahmed El Khatib, coordenador do Instituto de Finanças da Fecap, prevê que “o impacto das mudanças climáticas na produção de alimentos pode gerar pressões inflacionárias ao longo de 2024”.