O Banco do Brasil (BBAS3) acaba de captar US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 276 milhões) com o Citi, em Nova York, para financiar projetos sustentáveis no Brasil. 

Esta operação é inédita por envolver a colaboração entre um banco brasileiro e um americano, oferecendo condições de financiamento mais vantajosas caso metas relacionadas à agenda ESG (ambiental, social e governança) sejam atingidas.

Conhecida como sustainability linked loans, essa estrutura de crédito atrelada a metas de sustentabilidade é comum no mercado de capitais, mas a novidade está na parceria entre dois bancos de diferentes países. 

Segundo Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil, a transação visa ampliar a captação de recursos para a agenda sustentável do Brasil, durante uma rodada de negociações com investidores estrangeiros.

O BB comprometeu-se com dois objetivos principais: expandir a carteira de crédito voltada ao agronegócio sustentável e de baixo carbono, e aumentar a representatividade de mulheres e negros na liderança da instituição. O banco também será responsável pelo monitoramento do cumprimento desses compromissos.

Francisco Lassalvia, vice-presidente de Negócios de Atacado do BB, destacou que a operação está na vanguarda das finanças ESG, integrando metas de diversidade e sustentabilidade, reforçando o papel do banco como líder em investimentos responsáveis.

Novas parcerias

O Citi está fornecendo os recursos a taxas mais competitivas para o Banco do Brasil (BBAS3), condicionadas ao cumprimento das metas ESG estabelecidas. Caso o BB não atinja essas metas, os juros sobre o empréstimo aumentarão, ajustando o custo de captação.

Marcelo Marangon, presidente do Citi no Brasil, explicou que o papel do banco é apoiar outras instituições financeiras, mesmo concorrendo em algumas transações. O Citi tem expandido seu portfólio de produtos sustentáveis, alinhado à sua meta global de atingir US$ 1 trilhão em finanças sustentáveis até 2030.

Ele destacou que o empréstimo ao BB serve como exemplo e que o Citi já está em conversas com outras instituições financeiras para replicar esse modelo.

Executivos confirmam que o acordo em Nova York representa uma primeira tranche de um fluxo contínuo de financiamento, com o objetivo de apoiar a agenda ESG no Brasil. 

Mario Fujii, responsável pelo BB em Nova York, ressaltou a importância do desenvolvimento do mercado norte-americano em temas ESG e o impacto positivo que os recursos terão na vida de muitos brasileiros.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.