Nesta quarta-feira (3), está prevista a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o qual, segundo analistas do mercado financeiro, deverá manter a taxa básica de juros da economia inalterada em 13,75% ao ano.

Caso seja confirmada, essa será a sexta vez que a taxa Selic será mantida nesse nível. Vale ressaltar que esse é o patamar mais elevado dos juros desde novembro de 2016, o que representa um período de seis anos e meio. O anúncio da decisão do Banco Central está previsto para as 18h30.

Como o Banco Central define a taxa básica de juros

O aumento ou redução da taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar as pressões inflacionárias no país. Quando há uma alta na inflação, o BC eleva a taxa Selic.

Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central pode reduzir o juro básico da economia.

Atualmente, o Banco Central está fazendo ajustes na taxa Selic com o objetivo de alcançar a meta de inflação para o próximo ano. Isso porque as decisões sobre juros levam de seis a 18 meses para terem um impacto completo na economia.

A meta de inflação estabelecida para o ano de 2023 é de 3,25% e será considerada formalmente atingida caso varie entre 1,75% e 4,75%. Já para o próximo ano, a meta de inflação é de 3%, sendo considerada cumprida caso oscile entre 1,5% e 4,5%.

No período de doze meses encerrado em março, a inflação oficial do país alcançou 4,65%. Um dos principais responsáveis por esse resultado foi o aumento de 8,33% no preço da gasolina registrado no mês passado. Para os anos de 2023 e 2024, o mercado estima que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) alcance 6,05% e 4,18%, respectivamente.

Efeitos da alta nos juros

Uma das consequências dos juros elevados é o aumento das taxas bancárias, e a tendência é que novos aumentos sejam repassados aos clientes. Em 2022, as taxas bancárias subiram 8,2 pontos percentuais, o que representa um aumento superior ao registrado na taxa Selic.

Os juros elevados podem reduzir o consumo da população e os investimentos produtivos, o que pode ter um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda. Em 2022, o PIB cresceu apenas 2,9%, abaixo da expansão de 5% registrada no ano anterior.

A permanência da taxa em altos patamares também pode gerar despesas adicionais com os juros da dívida pública, o que pode ter um impacto negativo nas finanças do país. Em 2022, as despesas com juros da dívida somaram R$ 586 bilhões, representando 5,96% do PIB, o que é o maior patamar desde 2017. Os juros altos também podem pressionar a dívida pública, que, se muito elevada, pode interferir nos investimentos.

Equipe MI

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