Balanço auditado do Fed confirma prejuízo bilionário; saiba mais
O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, divulgou nesta terça-feira (26) seu balanço auditado, onde foi confirmado que a instituição teve uma perda operacional de US$114,3 bilhões no ano passado. Em 2022, o Fed havia alcançado um lucro líquido de US$58,8 bilhões. Esses números estão em conformidade com o resultado preliminar divulgado […]
Balanço auditado do Fed confirma prejuízo bilionário; saiba mais
O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, divulgou nesta terça-feira (26) seu balanço auditado, onde foi confirmado que a instituição teve uma perda operacional de US$114,3 bilhões no ano passado.
Em 2022, o Fed havia alcançado um lucro líquido de US$58,8 bilhões. Esses números estão em conformidade com o resultado preliminar divulgado em janeiro.
De acordo com o documento, os ativos do Fed diminuíram em US$700 bilhões em 2023, totalizando US$7,8 trilhões. A maior parte desses ativos consiste em Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), títulos de agência e títulos lastreados em hipotecas, que somam US$7,5 trilhões.
Entre os destaques desse panorama, os juros pagos a reservas no balanço saltaram US$116,4 bilhões, a US$176,8 bilhões.
Dito isso, é importante ressaltar que o prejuízo não impacta as operações diárias do Fed. Quando as despesas excedem as receitas, o banco central dos EUA pode criar uma espécie de nota promissória em seu balanço, conhecida como “ativo diferido” (IOU, na sigla em inglês). Esse déficit é então compensado assim que o Fed retorna a apresentar resultados positivos.
Como o Fed influencia o Brasil?
Antes de mais nada, é importante explicar que Fed é a sigla utilizada para referenciar ao Federal Reserve Board — que atua como o banco central estadunidense. A instituição é responsável pela economia norte-americana e por estabilizar a moeda nacional — o dólar. Em português, seu nome significa Sistema de Reserva Federal.
No Brasil, as decisões do Federal Reserve (Fed) influenciam principalmente por meio de mudanças na taxa de juros, o que, por sua vez, afeta o valor do dólar em relação ao real brasileiro. Quando o Fed aumenta as taxas de juros, isso pode atrair investidores brasileiros para mercados externos em busca de maiores retornos, reduzindo assim a entrada de dólares no Brasil. Como resultado, o dólar tende a se valorizar em relação ao real.
Logo, com a variação da moeda, o preço de commodities aumenta ou diminui e isso simboliza uma influência direta no valor de insumos no Brasil.
Se as taxas de juros nos Estados Unidos estiverem baixas, os investidores podem buscar oportunidades de maior retorno em mercados emergentes como o Brasil. Isso pode resultar em um aumento do fluxo de capital estrangeiro para o país.
Além disso, as transações de compra e venda de títulos nos EUA afetam a quantidade de dinheiro em circulação na economia. Quando há uma diminuição na oferta de títulos de renda fixa, por exemplo, a liquidez da economia é reduzida, levando os investidores a explorarem mercados estrangeiros.
Por essas razões, tanto o mercado quanto o governo brasileiro monitoram de perto o cenário econômico dos Estados Unidos e suas projeções. Sem a implementação de medidas internas adequadas, a população brasileira pode ser afetada negativamente, refletindo-se no consumo e em outros aspectos da economia doméstica.