Em junho deste ano, os consumidores brasileiros enfrentaram um novo aumento nos preços do diesel S10, atingindo uma média de 6,158 reais por litro. Esse valor representa um significativo aumento de 15,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a inflação medida pelo IPCA registrou um avanço de apenas 4,23% no mesmo intervalo de tempo, destacando a disparidade entre os custos dos combustíveis e a variação geral de preços na economia.

Diversos fatores têm contribuído para os recentes aumentos nos preços dos combustíveis no Brasil. A política de reoneração de impostos estaduais, que reintroduziu tributos anteriormente zerados em 2021 e 2022, teve um impacto direto nos custos finais para os consumidores. Além disso, a estratégia comercial da Petrobras, juntamente com a dinâmica das refinarias privadas e as importações, influenciam significativamente a formação dos preços. As misturas de biocombustíveis, as margens de distribuição e revenda e a carga tributária também exercem pressão sobre os preços nos postos.

Enquanto o diesel S10 lidera os aumentos de preço, outros combustíveis também não escaparam das altas. A gasolina, por exemplo, alcançou uma média de 6,034 reais por litro em junho, marcando um aumento de 9,8% em relação ao ano anterior e 4,10% desde o início deste ano. Por outro lado, o etanol hidratado, concorrente direto nas bombas, apresentou um preço médio de 3,969 reais por litro no mesmo período, com aumentos de 4,03% em comparação a junho do ano anterior e 10,45% desde janeiro.

Apesar das oscilações nos preços finais nos postos, a Petrobras optou por manter o preço médio do diesel vendido às distribuidoras relativamente estável até agora em 2024. Esta decisão contrasta com as variações observadas nas bombas, sugerindo que outros fatores além dos custos de refinaria têm influenciado os preços percebidos pelos consumidores finais.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.