Ata do Copom indica consenso para redução da Taxa Selic nas próximas reuniões
Na ata divulgada nesta terça-feira (8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi evidenciado que todos os membros da diretoria do Banco Central (BC) concordam de forma unânime com a previsão de redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas próximas reuniões. Os membros avaliam que essa diminuição é apropriada para manter uma política monetária contracionista que seja essencial para o processo de desaceleração da inflação.
O documento declara que esse ritmo é uma combinação entre o firme compromisso de ancorar novamente as expectativas e a dinâmica em direção à redução da inflação, ao mesmo tempo em que se ajusta o nível de aperto monetário de acordo com a inflação antecipada nas projeções do cenário de referência.
Ainda conforme a ata, foi concluído que não há indícios de que esteja ocorrendo um aperto monetário mais intenso do que o necessário para que a inflação atinja a meta. O cenário atual continua a requerer cautela, o que reforça a abordagem tranquila e moderada do Comitê.
Além disso, o Comitê expressa a visão de que é improvável uma aceleração adicional no ritmo de ajustes, pois isso dependeria de surpresas positivas significativas que aumentassem a confiança na trajetória de redução da inflação.
O nível de confiança necessário viria apenas de mudanças substanciais nos fundamentos que guiam a inflação, como uma ancoragem mais sólida das expectativas, uma abertura notável na lacuna de produção, ou uma queda consideravelmente mais suave na inflação de serviços, em comparação com as expectativas.
A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 19 e 20 de setembro, e as projeções de inflação para os anos de 2023, 2024 e 2025, conforme o boletim Focus, mostraram um recuo e estão em torno de 4,8%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.
Ata do Copom e a Taxa de Inflação
Durante a última reunião, o Comitê de Política Monetária (COPOM) avaliou a possibilidade de reduzir a taxa de juros básica em 0,25%, para 13,50%. No entanto, considerou mais apropriado implementar uma redução de 0,50 ponto percentual, devido à melhoria do panorama inflacionário.
De acordo com o parágrafo 8 da ata, o Comitê observa que a tendência deflacionária pode ser dividida em dois estágios distintos. O primeiro estágio se mostrou mais profundo do que o esperado, devido à dinâmica mais favorável dos preços de alimentos e industriais, bem como ao comportamento dos preços no atacado.
Nesse contexto, a dinâmica recente da taxa de câmbio e dos preços internacionais das commodities, embora mais volátil, tem contribuído para aliviar as pressões inflacionárias internacionais sobre o Brasil. Esse fenômeno aprimora a dinâmica do segundo estágio da deflação, com menos inércia afetando a inflação subjacente e a inflação no setor de serviços.
Por outro lado, a volatilidade inerente aos componentes relacionados a alimentos e bens industriais sugere o potencial de reversões abruptas, o que requer cautela. Durante a discussão, foram mencionados riscos, parcialmente considerados no cenário básico, relacionados ao El Niño, bem como à evolução dos preços internacionais do petróleo, seguindo as suposições habituais do Comitê. No final, houve unanimidade quanto à necessidade de uma política monetária cautelosa e contracionista para reforçar a tendência deflacionária.
Os seguintes membros do Comitê votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual: Roberto de Oliveira Campos Neto (Presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Gabriel Muricca Galípolo e Otávio Ribeiro Damaso.
E os seguintes membros votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual: Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.