A Americanas (AMER3) anunciou nesta quarta-feira (28) que o Conselho de Administração da companhia aprovou a rescisão do contrato com a PricewaterhouseCoopers (PwC) e selecionou a BDO para realizar a auditoria das demonstrações financeiras de 2022 e o refazimento do balanço de 2021.

A varejista entrou com o pedido de recuperação judicial em janeiro, após descobrir um rombo contábil de impressionantes R$20 bilhões.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Americanas afirmou que “não faz qualquer julgamento acerca da natureza ou extensão da participação das empresas de auditoria no episódio. Entretanto, um maior aprofundamento nos trabalhos de apurações seria necessário para, desde já, assegurar a independência da PwC para seguir com os trabalhos de auditoria das demonstrações financeiras da companhia”.

Citando a necessidade de apresentar as demonstrações financeiras auditadas o mais brevemente possível, a Americanas e seu conselho “decidiram rescindir o contrato com a PwC e contratar imediatamente a BDO”, afirmou a empresa.

A transição para a BDO tem como objetivo garantir um processo de auditoria independente e abrangente para as demonstrações financeiras da empresa, além de reforçar a confiança dos investidores na Americanas durante esse período crítico de seus esforços de recuperação.

Indícios de fraude no caso Americanas

A empresa de varejo revelou em um documento que suas investigações internas confirmaram a ocorrência de fraude cometida pela diretoria. Embora já houvesse suspeitas, esta foi a primeira vez que a própria empresa reconheceu a possibilidade de fraude como um fato concreto em seus comunicados.

Além da fraude, a empresa afirmou que os antigos diretores fizeram esforços para encobrir suas ações das autoridades e do Conselho de Administração, uma vez que o relatório das investigações aponta que o ex-CEO Miguel Gutierrez e outros seis diretores e executivos da empresa estiveram envolvidos na fraude. Vale destacar que Gutierrez foi demitido no final de 2022, e os outros diretores já foram afastados.

O Conselho de Administração instruiu a Americanas a “apresentar o relatório às autoridades competentes” e analisar quais medidas serão tomadas para reparar os danos causados pela fraude nos balanços contábeis.

Equipe MI

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