Americanas entrega plano de recuperação judicial à justiça
A varejista Americanas (AMER3) oficializou a entrega do seu plano de recuperação judicial ao tribunal do Rio de Janeiro. De acordo com o comunicado divulgado nesta segunda-feira (19), a empresa submeteu o documento, que havia sido apresentado pelo administrador judicial em março, à 4ª Vara Empresarial da Comarca do Estado do Rio de Janeiro. O […]

A varejista Americanas (AMER3) oficializou a entrega do seu plano de recuperação judicial ao tribunal do Rio de Janeiro. De acordo com o comunicado divulgado nesta segunda-feira (19), a empresa submeteu o documento, que havia sido apresentado pelo administrador judicial em março, à 4ª Vara Empresarial da Comarca do Estado do Rio de Janeiro.
O ofício pode ser acessado no site de relação com investidores da empresa e, além da papelada, a Americanas também entregou a lista de seus credores, incluindo aqueles relacionados às suas subsidiárias.
A última atualização desta lista ocorreu na semana anterior, em 14 de junho. No documento de 586 páginas, merecem destaque as dívidas de R$ 4,9 bilhões com o Bradesco (BBDC4) e R$ 3,5 bilhões com o BTG Pactual (BPAC11). A empresa também possui dívidas de R$ 1,5 bilhão com o Banco do Brasil (BBAS3) e R$ 3,5 bilhões com o Santander (SANB11).
A entrega do plano aos tribunais já era esperada, uma vez que recentes indícios apontavam para acordos mais favoráveis com os credores e uma redução da disputa judicial como um todo. Além disso, as questões envolvendo os acionistas controladores – Lemann, Telles e Sicupira – começaram a se alinhar melhor, com a possibilidade de um acordo que prevê a restrição de venda de ações por três anos e um aporte imediato de R$ 10 bilhões.
Indícios de fraude no caso Americanas
Na semana anterior, a empresa de varejo revelou em um documento que suas investigações internas confirmaram a ocorrência de fraude cometida pela diretoria. Embora já houvesse suspeitas, esta foi a primeira vez que a própria empresa reconheceu a possibilidade de fraude como um fato concreto em seus comunicados.
Além da fraude, a empresa afirmou que os antigos diretores fizeram esforços para encobrir suas ações das autoridades e do Conselho de Administração, uma vez que o relatório das investigações aponta que o ex-CEO Miguel Gutierrez e outros seis diretores e executivos da empresa estiveram envolvidos na fraude. Vale destacar que Gutierrez foi demitido no final de 2022, e os outros diretores já foram afastados.
O Conselho de Administração instruiu a Americanas a “apresentar o relatório às autoridades competentes” e analisar quais medidas serão tomadas para reparar os danos causados pela fraude nos balanços contábeis.