Ações da Pague Menos (PGMN3) caem 9,3% após resultados do 4T24
As ações da Pague Menos (PGMN3) caíram 9,3% após a divulgação dos resultados do 4T24, impactados pela queda de 47,3% no lucro líquido.

As ações da Pague Menos (PGMN3) sofreram uma queda significativa de 9,35% no pregão da B3, alcançando o preço de R$ 2,81, após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24). Apesar de apresentar crescimento nas vendas e nas margens, a companhia enfrentou desafios relacionados ao endividamento elevado e às despesas financeiras, o que afetou negativamente os resultados. A performance financeira não agradou investidores, que estavam ansiosos por um desempenho mais robusto após o bom crescimento nas receitas.
O que motivou a queda nas ações da Pague Menos?
A queda nas ações da Pague Menos foi impulsionada pela apresentação de um lucro líquido de R$ 66,5 milhões, o que representa uma redução de 47,3% em comparação ao mesmo período de 2023. Embora a receita líquida tenha crescido 17%, totalizando R$ 3,3 bilhões, o aumento substancial nas despesas operacionais foi o principal fator responsável pelo desempenho abaixo das expectativas dos analistas financeiros.
Crescimento nas vendas e margens, mas com desafios financeiros
Apesar de um aumento de 17,1% nas vendas em mesmas lojas (SSS), o que superou as expectativas do mercado, a Pague Menos enfrentou uma pressão significativa nas despesas gerais e administrativas. O Itaú BBA, em sua análise, destacou que os custos adicionais com provisões para bônus de funcionários e um maior volume de contas a receber descontadas impactaram diretamente o lucro líquido. Essas despesas elevadas foram determinantes para o lucro ajustado da empresa ter ficado abaixo do esperado.
Análises financeiras e perspectivas para as ações da Pague Menos
A XP Investimentos, por outro lado, fez uma análise mais positiva dos resultados, destacando o crescimento saudável da receita e a melhora na rentabilidade da empresa, impulsionada pela reestruturação da Extrafarma. Apesar de um mix de produtos menos favorável, a Pague Menos conseguiu ampliar suas margens operacionais, o que gerou uma recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 4 para as ações da companhia.
Já o Bradesco BBI, embora tenha considerado os resultados positivos, manteve uma postura cautelosa. A recomendação de compra foi mantida, mas com um preço-alvo ajustado para R$ 3,60, devido ao elevado nível de endividamento e aos riscos fiscais que limitam a valorização das ações no curto prazo. O banco alertou que esses fatores podem impactar a performance futura da empresa.
Endividamento elevado e desafios com a geração de caixa
A principal preocupação entre os analistas é o endividamento elevado da Pague Menos, que continua sendo um obstáculo para a companhia. A Genial Investimentos ressaltou que a posição de caixa da empresa é bastante apertada, com apenas R$ 150 milhões em caixa no fim do trimestre, enquanto a dívida de curto prazo é de R$ 370 milhões. Isso coloca a companhia em uma situação delicada, pois será necessário realizar uma rolagem de dívida em 2025 para evitar problemas de liquidez.
Além disso, a pressão sobre o lucro líquido, especialmente devido ao aumento das despesas financeiras com os recebíveis descontados, comprometeu a geração de caixa operacional da Pague Menos. A Genial Investimentos alertou para o impacto desses fatores na capacidade da companhia de realizar investimentos necessários, como a abertura de novas lojas e a conversão de unidades da Extrafarma.
Impacto do cenário econômico e regulatório nas margens da empresa
A Pague Menos também enfrenta desafios externos que podem pressionar ainda mais suas margens. As perspectivas para 2025 indicam que o reajuste nos preços dos medicamentos pode ser menor do que a inflação, o que afetaria a rentabilidade do setor. Além disso, as recentes mudanças regulatórias, como a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), podem impactar diretamente as margens da companhia, conforme destacado pela análise do Itaú BBA.