Casas Bahia (BHIA3) aprova plano para transformação da estrutura de capital: entenda o impacto
O Grupo Casas Bahia (BHIA3) vai deliberar a antecipação da conversão de debêntures em ações para transformar sua estrutura de capital.
Casas Bahia (BHIA3) aprova plano para transformação da estrutura de capital entenda o impacto
O Conselho de Administração do Grupo Casas Bahia (BHIA3) votará nesta quinta-feira (12) um importante plano. Além disso, o objetivo é a transformação da estrutura de capital da Casas Bahia. Nesse sentido, a medida prevê a antecipação da conversão da 2ª série de debêntures da 10ª emissão em ações ordinárias da varejista. Com isso, o objetivo é reduzir o endividamento e fortalecer a saúde financeira da empresa. Desde então, os papéis da companhia tiveram valorização significativa no mercado.
Plano de transformação da estrutura de capital da Casas Bahia: o que está em jogo?
O Conselho analisará a proposta que visa trocar a dívida por ações. Calcularão o preço por nova ação com base no preço médio ponderado por volume (VWAP) dos últimos 90 dias, aplicando um desconto de 20%. Se o plano for aprovado, a Casas Bahia poderá reduzir a alavancagem para menos de 1,0 vez até o final de 2026. Esse é um marco importante para a recuperação da empresa.
Com essa transformação da estrutura de capital, a empresa pretende sair do prejuízo até 2027 e começar a gerar caixa já em 2028. Essa reestruturação visa dar maior fôlego financeiro para a Casas Bahia. Assim, a empresa poderá se concentrar em seu crescimento operacional e na geração de valor para os acionistas.
Além da conversão das debêntures da 2ª série, a empresa também planeja o reperfilamento das debêntures da 1ª série, no valor de R$ 1,67 bilhão. A proposta inclui o adiamento do pagamento dos juros para novembro de 2027 e a reformulação do cronograma de amortização do principal. Essas medidas fazem parte do esforço conjunto para aliviar a pressão financeira e reequilibrar o balanço da companhia.
Reações do mercado e o futuro da Casas Bahia após a transformação da estrutura de capital
Especialistas do mercado receberam o anúncio como um passo positivo na trajetória de recuperação da varejista. A XP Investimentos destacou que a transformação da estrutura de capital da Casas Bahia contribuirá de forma significativa para a redução da alavancagem e do endividamento, posicionando a companhia melhor para converter os ajustes operacionais em lucro líquido positivo e geração de caixa consistente.
A Genial Investimentos também avaliou que a conversão das debêntures pode favorecer a reprecificação do risco de crédito da empresa e aliviar a estrutura de capital, com uma redução substancial da dívida líquida. No entanto, a operação não está isenta de efeitos para os acionistas atuais: a Genial alertou que a diluição pode chegar a 82%, impactando a participação da família Klein, que detém cerca de 22% das ações e não participou da emissão das debêntures.
Impactos financeiros detalhados da transformação da estrutura de capital da Casas Bahia
A expectativa é que a transformação da estrutura de capital traga efeitos profundos no balanço da companhia. Atualmente, a dívida bruta da Casas Bahia soma R$ 5,84 bilhões, que poderia cair para R$ 4,27 bilhões após a exclusão do saldo da 2ª série de debêntures, no valor de R$ 1,57 bilhão.
Do mesmo modo, a dívida líquida, que inclui fornecedores de convênio e saldo de CDCI, deve reduzir de R$ 3,37 bilhões para R$ 1,81 bilhão. Esse alívio na dívida deve aumentar o patrimônio líquido da empresa de R$ 2,09 bilhões para R$ 3,66 bilhões, refletindo maior solidez financeira.
Como consequência direta, o índice de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e o total do capital (patrimônio líquido somado à dívida líquida), deve cair de 61,8% para 33,1%. Já a relação dívida líquida sobre EBITDA ajustado dos últimos 12 meses recuaria de 1,6x para 0,8x, indicando uma melhora na capacidade de pagamento da empresa.