Juíza dos EUA permite ação coletiva contra Tesla (TSLA34) por direção autônoma
A juíza distrital Rita Lin autorizou uma ação coletiva na Califórnia contra a Tesla. Motoristas que compraram o pacote Full Self-Driving alegam terem sido enganados sobre a capacidade de condução autônoma dos veículos.

A ação coletiva contra Tesla (TSLA34) por direção autônoma ganhou um novo capítulo nesta semana. A juíza distrital dos Estados Unidos, Rita Lin, autorizou que motoristas da Califórnia, que adquiriram o pacote Full Self-Driving (FSD), prossigam com um processo coletivo alegando terem sido enganados sobre a real capacidade de condução autônoma dos veículos da Tesla. A decisão destaca falhas tecnológicas e questões de publicidade que podem afetar milhares de consumidores.
Decisão judicial detalha falhas e justificativas do processo
Segundo a juíza Lin, existe uma questão comum entre os motoristas que justifica o andamento da ação coletiva. A magistrada observou que os veículos da Tesla não possuem sensores suficientes para atingir um alto nível de autonomia e que a empresa nunca conseguiu demonstrar condução autônoma de longa distância em seus carros elétricos.
“A publicidade diferenciada da Tesla justifica um afastamento da abordagem típica de ações coletivas, considerando que milhares de pessoas provavelmente tiveram acesso às alegações de direção totalmente autônoma”, escreveu a juíza, se referindo às informações disponibilizadas no site da Tesla entre 2016 e 2024.
A decisão permite que dois grupos de motoristas se unam no processo, buscando reparação pelos supostos danos causados pela divulgação enganosa das capacidades do sistema Autopilot e do pacote Full Self-Driving.
Publicidade da Tesla e envolvimento de Elon Musk
A Tesla, desde outubro de 2016, promoveu seus veículos como capazes de direção totalmente autônoma, tanto em seu site quanto em publicações oficiais. Elon Musk também participou dessa narrativa, reforçando publicamente que seus carros poderiam operar sem intervenção humana em longas viagens.
Essas afirmações, segundo a juíza, são centrais para o processo, pois constituem a base das alegações de que os motoristas foram induzidos a erro durante o período de oito anos. A exposição massiva às declarações da Tesla sobre o Autopilot e o Full Self-Driving pode, portanto, justificar a configuração de um processo coletivo em vez de casos individuais isolados.
Argumentos e defesa da Tesla
A Tesla, por sua vez, argumentou que não seria razoável presumir que todos os motoristas que adquiriram o pacote FSD tivessem visto ou confiado nas declarações da empresa ou de Musk. A companhia também destacou que não há evidências concretas de que essas declarações tenham sido determinantes na decisão de compra dos consumidores.
Até o momento, os advogados da Tesla não se pronunciaram publicamente após a decisão da juíza. A empresa enfrenta agora a possibilidade de um julgamento que pode ter repercussão significativa, não apenas nos Estados Unidos, mas também na percepção global sobre seus sistemas de direção autônoma.
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