Vicky Safra: confira a história da mulher mais rica do Brasil
Filantropa e dona de um patrimônio bilionário, Vicky Safra é a discreta brasileira mais rica do mundo.
Imagem: Reprodução
Com uma trajetória marcada por discrição, filantropia e herança de um império bilionário, Vicky Safra hoje detém o título de mulher mais rica do Brasil. Viúva do banqueiro Joseph Safra, a bilionária lidera Vicky and Joseph Safra Philanthropic Foundation, fundação que patrocina iniciativas globais nas áreas de saúde, educação e artes.
A fortuna da família Safra, estimada em mais de R$ 100 bilhões, colocou Vicky no topo da lista dos bilionários brasileiros da Forbes, tradicionalmente dominada por homens. Em 2023, ela se tornou a primeira mulher a liderar o ranking. O feito foi resultado da nova diretriz adotada pela Forbes USA, que passou a considerar o patrimônio familiar como um todo.
Quem é Vicky Sarfati Safra?
Vicky Safarti Safra é uma bilionária e filantropa de renome, mais conhecida por figurar entre as pessoas mais ricas do Brasil. Sua fortuna tem origem na herança deixada por seu marido, Joseph Safra, que foi um dos banqueiros mais influentes e poderosos do cenário financeiro global.
Casada com Joseph desde 1969, Vicky compartilhou décadas de vida ao lado do magnata, que faleceu em 2020 por causas naturais. Em contraste com a exuberância que muitas vezes acompanha grandes fortunas, ela mantém um perfil extremamente discreto, com poucas aparições públicas, assim como seu falecido marido.
Essa mesma postura de moderação na exposição pública também foi uma característica marcante de seu falecido marido. A discrição de Vicky já chegou a ser sintetizada de forma precisa pela agência Bloomberg, que a definiu como “uma guardiã discreta de um império global”.
Origem e ascendência
Nascida na Grécia em 1952, Vicky Safra é naturalizada brasileira e carrega uma história marcada pela migração e construção de novos laços em terras estrangeiras. Ainda criança, ela veio com sua família para o Brasil na década de 1950, movimento que culminou no encontro com Joseph Safra.
De origem judaica, a família Sarfati, seu sobrenome de solteira, se estabeleceu no país, onde cultivou uma forte amizade com outra família de imigrantes, os Safra, que chegaram ao Brasil três anos depois.
Relacionamento com Joseph Safra
A ligação entre as famílias Sarfati e Safra se fortaleceu ainda mais com o passar dos anos, culminando no casamento de Vicky e Joseph Safra em 1969. Na época, Vicky tinha apenas 17 anos, mas essa união marcou o início de uma parceria duradoura.
Joseph, embora discreto e reservado, não escondia sua satisfação com a união. Em um relatório do banco J. Safra Sarasin, ele chegou a declarar com convicção: “Foi amor à primeira vista, um amor que duraria até o último momento de vida” — uma promessa que se cumpriu integralmente.
A união de Vicky e Joseph Safra resultou em uma família numerosa, com quatro filhos – Jacob, David, Alberto e Esther – e quatorze netos. A próxima geração da família demonstra um forte envolvimento nos negócios da família, como já havia sido planejado pelo então patriarca.
Jacob, o primogênito, lidera as operações internacionais, enquanto David J. Safra supervisiona as atividades no Brasil. Apenas Esther optou por uma trajetória profissional fora do setor financeiro. Em 2019, Alberto decidiu se dedicar a novos projetos, deixando o conselho de administração do grupo para fundar a ASA Investments.
De onde vem o patrimônio da família Safra
Diante do falecimento de Joseph Safra, a gestão do império familiar foi assumida por Vicky Safra e seus filhos. A herança inclui ativos substanciais, como o J. Safra Sarasin, na Suíça, e o Banco Safra no Brasil. Em conjunto, essas instituições financeiras detêm um patrimônio que ultrapassa a marca dos R$ 100 bilhões.
Tradição Bancária
A família Safra é reconhecida por sua longa tradição no ramo bancário, com raízes que se estendem por diversas gerações. A origem da família remonta ao século XIX, no Império Otomano, quando o banco Safra Frères & Cie financiava as antigas rotas comerciais pelo Oriente Médio.
Operações no Líbano
Com o passar do tempo, as atividades em território brasileiro perderam o impulso desejado, levando a família Safra a reavaliar sua estratégia. Foi então que, em 1929, Jacob Safra, pai de Joseph, decidiu transferir a operação do banco para Beirute, no Líbano, onde fundou o Banco Jacob E. Safra.
Chegada ao Brasil e expansão internacional
Em 1952, o patriarca Jacob Safra, juntamente com sua família, decidiu migrar para o Brasil, fixando residência em São Paulo. Com o falecimento de Jacob, em 1963, os negócios passaram a ser conduzidos por seus três filhos: Joseph, Edmond e Moise.
Em 1967, foi fundada a Safra Financeira, uma instituição que, cinco anos depois, se transformaria no Banco Safra S.A., após a aquisição de diferentes empresas do setor financeiro. Sob a liderança de Joseph, o grupo Safra continuou a expandir seus horizontes e, em 2012, deu um passo importante ao adquirir as operações de private banking da Suíça, solidificando ainda mais sua presença no mercado financeiro internacional.
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Disputa pela herança
Em 2023, a família Safra se viu envolvida em uma disputa pública e acirrada quando Alberto Safra, um dos herdeiros, entrou com uma ação judicial contra sua mãe, Vicky, e seus irmãos, Jacob e David. Conforme o processo, aberto na Suprema Corte de Nova York em fevereiro daquele ano, Alberto acusou seus familiares de terem diluído sua participação em uma holding do Banco Nacional Safra.
Em comunicado oficial na época, a família Safra informou que Alberto havia antecipado sua parte da herança e, em seguida, renunciou ao cargo na empresa, desconsiderando os apelos de seu pai. A nota destaca ainda que Alberto iniciou um negócio concorrente ao Banco Safra, contratando diversos executivos da instituição.
Diante da recusa de Alberto em rever sua decisão, Joseph Safra, então vivo, decidiu revogar sua parte na herança. Após um pouco mais de um ano de disputas, a questão foi finalmente resolvida em julho de 2024. Com o encerramento do conflito, Alberto declarou estar feliz por deixar o episódio no passado.
“Após esclarecimentos, entendi que não houve irregularidades, e que o patrimônio do Sr. José foi devidamente distribuído de acordo com seus desejos”, disse Alberto em comunicado.
Em nota, Vicky Safra e seus filhos manifestaram sua satisfação com a resolução amigável do conflito familiar, ressaltando a importância de superar esse período desafiador e fortalecer os laços familiares.
Fortuna de Vicky Safra
Em 2023, a Forbes implementou uma nova diretriz, alinhada aos critérios da Forbes USA, que passou a considerar o patrimônio familiar de forma consolidada. Essa mudança levou Vicky Safra e seus filhos ao topo da lista de bilionários brasileiros da renomada revista, destacando o impressionante legado financeiro da família.
Atualmente residindo na Suíça, Vicky Safra é reconhecida como a brasileira mais rica do país. Junto com sua família, ela acumula uma fortuna estimada em R$ 110,17 bilhões, o que também a posiciona como a segunda pessoa mais rica do Brasil.
No ranking nacional, a bilionária é superada apenas por Eduardo Saverin, um dos cofundadores do Facebook. Assim como Vicky, Saverin também não reside no Brasil, vivendo atualmente em Singapura ao lado de sua esposa, Elaine Andriejanssen.
Filantropia e contribuições sociais de Vicky Safra
Mais que uma bilionária, Vicky Safra é amplamente reconhecida como filantropa. Em 2022, ela criou a Vicky and Joseph Philanthropic Foundation, uma instituição estabelecida em homenagem ao legado de seu marido, Joseph Safra.
Por meio da fundação, Vicky destina recursos para apoiar iniciativas em áreas essenciais como saúde, educação, arte e cultura, reafirmando seu compromisso com causas que promovem impacto social e valorizam a humanidade.
Conforme informações disponibilizadas no site da instituição, ela é exclusivamente dedicada a fins caritativos e não possui fins lucrativos. Seus objetivos principais incluem:
- Apoio a organizações de caridade
Promover e apoiar entidades beneficentes de diferentes naturezas, com foco especial naquelas que oferecem assistência nas áreas religiosa, educacional, cultural e social em escala global. - Iniciativas em benefício de populações vulneráveis
Fomentar e apoiar projetos selecionados que atuem em favor de pessoas em situação de vulnerabilidade, promovendo acesso à educação, disseminação de conhecimento e preservação de tradições culturais e religiosas. - Sustentabilidade e preservação ambiental Incentivar e valorizar iniciativas alinhadas ao respeito pelo meio ambiente, escolhidas com critério e voltadas para a conservação ambiental em âmbito internacional.
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