Bancos centrais do mundo: conheça os principais e a função de cada um
Você entende a importância dos principais bancos centrais do mundo? Essas autoridades monetárias desempenham um papel crucial na economia global, atuando como um dos principais agentes responsáveis pela estabilidade financeira e econômica de seus respectivos países. Essas instituições, muitas com séculos de história, exercem um papel fundamental na manutenção da estabilidade monetária e no fomento […]
Você entende a importância dos principais bancos centrais do mundo? Essas autoridades monetárias desempenham um papel crucial na economia global, atuando como um dos principais agentes responsáveis pela estabilidade financeira e econômica de seus respectivos países.
Essas instituições, muitas com séculos de história, exercem um papel fundamental na manutenção da estabilidade monetária e no fomento do crescimento econômico. Aliás, sua importância vai além das fronteiras nacionais, de modo que influenciam diretamente no equilíbrio da economia mundial e na confiança dos mercados financeiros.
Mas o que exatamente caracteriza um banco central? Qual a sua função primordial? E quais são os exemplos de destaque no cenário global? Neste artigo, o Melhor Investimento aborda estas e outras questões que envolvem essas importantes entidades.
Definição e propósito dos bancos centrais
Os bancos centrais são, em essência, a autoridade monetária de seus respectivos países, podendo ser entidades independentes ou vinculadas ao Estado. No Brasil, por exemplo, o Banco Central (BCB/BACEN) funciona como uma autarquia autônoma.
O BCB atua de forma independente, sem interferência do governo, para cumprir suas atribuições, ou seja, não está legalmente subordinado a nenhum dos poderes do estado.
De todo modo, a função principal de uma autoridade monetária é gerir a política econômica e promover a estabilidade financeira e econômica.
Em síntese, um banco central é uma peça-chave para o funcionamento da economia de um país. Em geral, eles são responsáveis por assegurar a estabilidade da moeda, a saúde do sistema financeiro e o bem-estar econômico geral.
Importância na economia global
Os bancos centrais exercem uma considerável influência no mercado global, apesar de sua jurisdição primária ser nacional. Através de suas políticas, eles não apenas afetam suas próprias economias, mas também provocam repercussões significativas em outros países.
As decisões dos principais bancos centrais do mundo, como o Federal Reserve dos EUA, o Banco Central Europeu e o Banco do Japão, têm um impacto profundo nos mercados financeiros globais. Suas políticas podem influenciar taxas de câmbio, fluxos de capital e condições econômicas em todo o mundo.
Além disso, os bancos centrais participam ativamente dos mercados de câmbio, intervindo ocasionalmente para estabilizar suas moedas. Essas intervenções podem ter efeitos globais, influenciando em aspectos como a inflação e a competitividade internacional das nações.
Vale destacar que os bancos centrais participam de fóruns internacionais e cooperam com outros bancos centrais para promover a estabilidade financeira global e o desenvolvimento do sistema financeiro internacional.
Funções e Responsabilidades
Dentre as funções comumente atribuídas a um banco central, destaca-se:
Definição das políticas monetárias
A política monetária é uma das funções mais importantes dos bancos centrais do mundo todo. Ela envolve a utilização de diversos instrumentos para controlar a quantidade de dinheiro em circulação e as taxas de juros, com o objetivo de alcançar a estabilidade econômica e financeira.
Supervisão do sistema financeiro
O banco central garante a saúde e a estabilidade do sistema financeiro, regulando as instituições financeiras e protegendo os consumidores. Isso inclui garantir que os bancos tenham capital suficiente para honrar suas obrigações e que operem de forma honesta e transparente.
Emissão da moeda nacional
A autoridade monetária de um país tem o monopólio da impressão e distribuição da moeda. Isso é crucial para manter a estabilidade da economia e evitar a inflação.
Gestão de reservas internacionais
Os bancos centrais gerenciam as reservas internacionais de um país, essenciais para manter a confiança na moeda nacional e para intervenções no mercado cambial quando necessário.
Em suma, A principal função das reservas é servir como um “colchão de segurança” para o país, ajudando a enfrentar crises cambiais e interrupções nos fluxos de capital. Elas também são usadas para manter a estabilidade do mercado de câmbio e garantir a previsibilidade e segurança para os agentes do mercado.
Fornecer serviços bancários aos bancos
O banco central, geralmente, funciona como o “banco dos bancos”, oferecendo serviços como liquidação de transações e manutenção de reservas. Isso garante que o sistema de pagamentos funcione de forma eficiente e que os bancos tenham acesso à moeda quando necessário.
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Bancos Centrais referências no contexto internacional
No cenário global, diversos bancos centrais se destacam por suas políticas monetárias influentes e bem-sucedidas. Entre os mais proeminentes figuram o Federal Reserve dos Estados Unidos, o Banco Central Europeu, o Banco do Japão, o Banco da Inglaterra e o Banco Popular da China.
Federal Reserve (FED)
O Federal Reserve (FED) representa, talvez, o banco central mais proeminente no cenário internacional, dada sua responsabilidade de gerir a economia mais influente do mundo. Criado há mais de um século, em 1913 com a promulgação da Lei do Federal Reserve Act, o FED surgiu, em grande parte, como resposta a uma sequência de pânicos financeiros que marcaram a época.
O Banco Central dos Estados Unidos conta com uma estrutura composta por um Conselho de Governadores, liderado por um presidente, e por 12 bancos regionais com seus respectivos presidentes. O Comitê Aberto de Mercado Aberto (FOMC), um dos seus principais órgãos, assume a crucial responsabilidade de estabelecer a política monetária do país.
Apesar de sua autonomia e da ausência de necessidade de aprovação presidencial ou legislativa para suas decisões, o Banco Central está sujeito à supervisão do Congresso.
Banco Central Europeu (BCE)
Também com uma expressiva influência global, o Banco Central Europeu (BCE) assume a responsabilidade de garantir a estabilidade da Zona do Euro – união monetária de 19 países europeus que adotaram o Euro como moeda oficial.
Em comparação com outros bancos centrais do mundo, o Banco Central Europeu (BCE) é relativamente recente. Fundado em 1998 pela União Europeia (UE), o BCE foi criado com o objetivo de introduzir o euro como moeda comum entre diversos países europeus e para gerir a política monetária da nova união. Sua sede está localizada em Frankfurt, Alemanha.
Considerado o banco central mais independente do mundo, o BCE possui uma estrutura encabeçada por um conselho composto por seis membros da comissão executiva. As deliberações no BCE são tomadas por maioria qualificada.
Banco do Japão (BoJ)
O Banco do Japão (BoJ), é o banco central do Japão e está sediado em Tóquio. Sua missão principal é garantir a estabilidade dos preços e do sistema financeiro japonês.
O BoJ é conhecido por suas políticas monetárias arrijadas, incluindo a implementação de taxas de juros extremamente baixas e programas de compra de ativos para estimular a economia. Além disso, a entidade é responsável pela emissão de moeda e na regulação do sistema bancário japonês.
As decisões sobre a meta de inflação do Banco Central são tomadas em conjunto com o governo japonês. Nesse processo colaborativo, representantes governamentais frequentemente participam das reuniões do Conselho. Além disso, o banco central tem a capacidade de conceder empréstimos ao governo ou adquirir títulos no mercado em determinadas circunstâncias.
Banco da Inglaterra (BoE)
Apesar do nome sugestivo, o Banco da Inglaterra (BoE) é o banco central do Reino Unido, nação que, em síntese, representa a união política entre Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.
Fundado em 1694, o BoE é um dos Bancos Centrais mais antigos do mundo. Com sede em Londres, o BoE tem como missão promover a estabilidade monetária e financeira no Reino Unido. Em suma, a instituição é responsável por definir a política monetária, incluindo a taxa de juros, e supervisionar o sistema bancário para garantir sua resiliência.
Também cabe ao BoE a emissão das notas de libra esterlina, uma das moedas mais valorizadas do mundo, superando até mesmo o dólar e o euro. Além disso, o BoE regula a emissão de cédulas por bancos comerciais na Escócia e na Irlanda do Norte.
Banco Popular da China (PBoC)
Responsável pela segunda maior potência econômica do mundo, o Banco Popular da China (PBoC) é encarregado de formular e implementar a política monetária, além de regular o sistema financeiro chinês.
O banco desempenha a gestão da moeda chinesa, e na supervisão das instituições financeiras da China continental. Além disso, o PBoC está envolvido em iniciativas de modernização do sistema financeiro e na promoção da inclusão financeira.
Um aspecto interessante sobre a autoridade monetária chinesa diz respeito a sua vastidão de ativos. O PBoC supera o leque de qualquer outra instituição financeira pública já vista na história, posicionando-a em um patamar único de poder e influência.
Ferramentas de política monetária
Para delinear uma política monetária de forma eficaz, um banco central utiliza ferramentas como taxas de juros e operações no mercado aberto para influenciar a quantidade de dinheiro na economia e atingir metas como crescimento econômico e estabilidade de preços.
- Taxa de Juros: talvez a principal ferramenta seja a definição das taxas de juros. Ao aumentar as taxas, o banco central pode desacelerar a economia e controlar a inflação. Ao reduzir as taxas, pode estimular o crescimento econômico.
- Operações de mercado aberto: envolve a compra e venda de títulos do governo para regular a quantidade de dinheiro em circulação. A grosso modo, a compra de títulos aumenta a oferta de dinheiro, enquanto a venda reduz.
- Requisitos de reserva: os bancos centrais podem ajustar a quantidade de reservas que os bancos comerciais devem manter, influenciando a capacidade desses bancos de conceder empréstimos.
- Facilidade permanente: Inclui mecanismos como a taxa de redesconto, onde os bancos comerciais podem tomar empréstimos de curto prazo diretamente do banco central.
Qual o papel do Fundo Monetário Internacional (FMI)
No período após a Segunda Guerra Mundial, o cenário histórico-econômico global buscava reconstrução e estabilidade. Foi nesse contexto que o sistema de Bretton Woods emergiu em 1944, definindo um novo panorama para a economia global.
O sistema se caracterizava por introduzir taxas de câmbio fixas, visando evitar oscilações bruscas nas moedas e promover um ambiente propício ao comércio internacional. Para garantir o funcionamento desse sistema, duas instituições de suma importância foram criadas: o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Fundado em 1944, o FMI refere-se a uma organização internacional que conta com 188 países membros. Conforme definição do BCB, o FMI busca “assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro global, por intermédio da promoção da cooperação monetária internacional, da estabilidade cambial e do crescimento econômico”.
Principais propósitos do FMI |
Promover a cooperação monetária internacional, por meio de um conjunto de regras e instituições que regulam o fluxo de dinheiro entre os países |
Facilitar o comércio internacional, fornecendo assistência financeira aos países em dificuldades econômicas. O próprio Brasil já recorreu aos empréstimos. |
Reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento, o que inclui fornecer assistência técnica, ajudar a formular políticas econômicas, entre outras medidas |
Fortalecer a estabilidade financeira global, monitorando a economia global e identificando riscos potenciais para a estabilidade financeira |
Principais bancos centrais do mundo
Confira abaixo alguns dos principais bancos centrais do mundo e suas taxas de juros, que estão em vigor até 18 de julho de 2024.
Nome | País | Taxa de juros |
Federal Reserve (FED) | Estados Unidos | 5,50% |
Banco Central Europeu (BCE) | Países membros da Zona do Euro | 4,25% |
Banco do Japão (BoJ) | Japão | 0,10% |
Banco da Inglaterra (BoE) | Reino Unido | 5,25% |
Banco Central do Brasil (BACEN) | Brasil | 10,50% |
Banco Popular da China (PBoC) | China | 3,45% |
Banco Central da Federação Russa (CBR) | Rússia | 16% |
Banco Nacional Suíço (SNB) | Suíça | 1,25% |
Banco da Reserva da Austrália (RBA) | Austrália | 4,35% |
Banco do Canadá (BOC) | Canadá | 4,75% |
Banco de Reserva da Índia (RBI) | Índia | 6,50% |
Banco Central da República da Turquia (TCMB) | Turquia | 50,00% |
Banco Central de Argentina (BCRA) | Argentina | 60,00% |
Banco Central de Bolívia (BCB) | Bolívia | 0,86% |