O GPA (PCAR3), empresa que controla a rede Pão de Açúcar, comunicou na última quarta-feira (13) a precificação de uma oferta primária de 220 milhões de ações a R$3,20 por papel. 

Os recursos levantados pelo follow-on totalizaram R$704 milhões e serão direcionados para a desalavancagem financeira da empresa. A venda de ações também inclui 57,1% do lote adicional

Com isso, o valor por ação do GPA reflete um deságio de 3,9% em relação ao preço de fechamento dos papéis na última quarta-feira, que foi de R$3,33. Após essa transação, o capital social da empresa passa a ser de cerca de R$2,5 bilhões. 

Do lote adicional disponível, 80 milhões de ações foram vendidas para atender à demanda excedente no momento da precificação, conforme divulgado pela empresa.

Os responsáveis pela coordenação da oferta foram o Banco Itaú (como coordenador líder), BTG Pactual, Bradesco BBI, JPMorgan e Santander.

O GPA manifestou anteriormente a intenção de utilizar os recursos obtidos para reduzir sua alavancagem financeira, por meio do pré-pagamento de contratos financeiros com instituições financeiras.

As ações objeto da oferta começarão a ser negociadas na B3 a partir de 15 de março.

Confira o balanço do GPA no 4T23

De acordo com o balanço trimestral divulgado pela GPA no mês passado, a empresa dona do Pão de Açúcar apresentou um prejuízo líquido de R$303 milhões no 4T23.

Em comparação com o mesmo período em 2022, o resultado do GPA mostra uma queda de 72,5% no prejuízo líquido, levando em consideração que as perdas da empresa um ano antes foram de R$1,102 bilhão.

Já em relação ao prejuízo líquido continuado no quarto trimestre de 2023, o montante foi de R$87 milhões, frente a um prejuízo de R$272 milhões no 4T22.

Segundo a GPA, a redução desse prejuízo continuado está relacionada à “melhora do Ebtida ajustado e das outras receitas e despesas operacionais”.

Quanto ao prejuízo líquido descontinuado, o total foi de R$216 milhões, tendo como motivação o impacto do provisionamento para contingências trabalhistas do Extra Hiper e o término do contrato de aquisição de energia elétrica no mercado livre, relacionado à energia contratada em excesso, vinculada a atividades descontinuadas.

Receita líquida, lucro bruto, despesas e Ebitda

A receita líquida do GPA no quarto trimestre de 2023 foi de R$5,257 bilhões, o que representa um avanço de 7,3% quando comparado a mesma etapa de 2022.

O lucro bruto do GPA totalizou R$1,349 bilhão no 4T23, refletindo um aumento anual de 21,9%. Por sua vez, a margem bruta teve alta de 3,1 pontos percentuais (p.p.), passando de 22,6% no quarto trimestre de 2022 para 25,7% no 4T23.

Sobre as despesas com vendas, gerais e administrativas a soma atingiu R$988 milhões no 4T23, uma elevação de cerca de 15,9% se comparada aos R$852 milhões registrados no mesmo período de 2022.

No que diz respeito ao resultado financeiro líquido, o GPA mostrou um prejuízo de R$52 milhões no quarto trimestre de 2023, revertendo o lucro de R$38 milhões alcançado um ano antes.

O Ebtida ajustado da empresa totalizou R$404 milhões, um aumento de 39% sobre o 4T22. Já a margem Ebtida ajustado apresentou 7,7%, uma alta de cerca de 0,7 ponto percentual do valor conquistado no trimestre imediatamente anterior e 1,8 p.p. mais alto na comparação anual. 

De acordo com o balanço, o resultado é atribuído “em consonância com o processo de turnaround da companhia”.

Por fim, a dívida líquida do GPA mostrou uma baixa de R$721 milhões no 4T23, motivada por um fluxo de caixa livre operacional de R$981 milhões, além da venda de R$113 milhões em ativos não core. Em contrapartida, isso foi contrabalanceado por um consumo de caixa de R$200 milhões e pelo custo financeiro líquido de R$174 milhões.