Você sabe quais são as capitais mais caras para comprar imóvel no Brasil? Adquirir um imóvel é um dos investimentos mais significativos na vida de muitos brasileiros, mas os preços podem variar drasticamente dependendo da localização. Entre as capitais do país, algumas se destacam por apresentar valores de mercado que desafiam até os compradores mais preparados. 

A compra de imóveis residenciais no Brasil ficou 7,73% mais cara no último ano, segundo dados do Índice FipeZAP, a maior alta desde 2013. O aumento expressivo, superior à inflação ao consumidor de 4,64%, indica uma valorização real de 3,09% no setor imobiliário.

O que define o preço de um imóvel em uma capital?

Essencialmente, o preço de um imóvel é influenciado por diversos fatores, entre eles a localização, a infraestrutura disponível, as condições de oferta e demanda, além do cenário do mercado imobiliário e da economia como um todo.

  • Localização: mesmo em tempos de crescimento do home office, o local onde o imóvel está localizado permanece sendo um fator definitivo.  Quanto mais próximo ao centro da cidade ou áreas nobres, mais caro tende a ser o imóvel. A proximidade de transporte público, escolas, hospitais e áreas de lazer também aumenta o valor.
  • Infraestrutura e segurança: ainda no escopo da localização, áreas com infraestrutura moderna e bons índices de segurança são mais valorizadas. Isso inclui ruas bem pavimentadas, iluminação, saneamento, etc.
  • Desenvolvimento econômico: capitais com economias robustas, alto nível de emprego e boas oportunidades de negócios atraem mais moradores, elevando a demanda e, consequentemente, os preços.
  • Tendências do mercado: dinâmica de oferta e demanda, além das condições econômicas gerais (taxas de juros, inflação), afetam diretamente os preços dos imóveis.
  • Variações sazonais: em algumas cidades, os preços podem variar conforme a época do ano, influenciados por fatores sazonais como clima e eventos locais.

Além dos fatores ligados ao bairro e ao município, é essencial considerar as características do próprio imóvel. Nesse contexto, entram aspectos como áreas de lazer (churrasqueira, piscina, entre outros), disponibilidade de garagem, presença de elevadores, idade, estado de conservação e dimensões do imóvel.

Por que algumas capitais têm imóveis mais caros que outras?

O preço dos imóveis em diferentes capitais pode variar significativamente devido a uma série de fatores econômicos, sociais e ambientais que influenciam a demanda e a oferta. Capitais mais desenvolvidas economicamente, como São Paulo e Rio de Janeiro, tendem a ter imóveis mais caros devido à maior concentração de atividades econômicas, oportunidades de emprego e infraestrutura de qualidade. 

Grandes metrópoles costumam atrair um elevado número de pessoas em busca de melhores oportunidades de vida e trabalho. Mesmo nos dias de hoje, é bastante comum que indivíduos se dirijam às capitais em busca de desenvolvimento acadêmico e profissional, o que intensifica a demanda por moradias e, como resultado, eleva os preços dos imóveis.

O corretor de imóveis Rafael Scodelario, em fala ao portal GaúchaZH, destaca que a diferença de preços entre diferentes regiões do Brasil está ligada à dinâmica de oferta e demanda. Cidades turísticas, como as do litoral catarinense, vivenciam um boom imobiliário devido à alta procura e à escassez de terrenos.

Regiões-chave do país que combinam apelo turístico com centros financeiros representam um desafio considerável para quem busca moradia, por vários motivos. Primeiramente, essas áreas atraem um fluxo constante de turistas, o que impulsiona a economia local e, ao mesmo tempo, aumenta a demanda por alojamentos, seja temporário, como hotéis e Airbnb, ou permanente, como apartamentos residenciais.

Como está o mercado imobiliário hoje no Brasil?

O mercado imobiliário brasileiro apresentou uma valorização notável em 2024, registrando o maior aumento anual dos preços dos imóveis desde 2013. Com base nos dados do índice FipeZap, os preços subiram, em média, 7,73%. No entanto, fatores como a alta da taxa básica de juros trouxeram desafios ao financiamento imobiliário.

Os imóveis com um dormitório foram destaque no mercado, liderando a valorização. O preço médio do metro quadrado no país alcançou R$ 9.366, enquanto unidades menores chegaram a R$ 11.100 por metro quadrado, marcando o maior crescimento. Imóveis com dois, três e quatro dormitórios também acompanharam a tendência de alta, mas em ritmo menos acentuado.

Crédito imobiliário: um setor em expansão

A demanda por crédito no setor habitacional continuou aquecida em 2024. Segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), a carteira de crédito imobiliário cresceu 23% até novembro, impulsionada especialmente por moradias populares e de médio padrão. 

Selic elevada: impacto no financiamento

A alta da taxa Selic em 2024, definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária), teve efeitos diretos no crédito imobiliário. Com o aumento dos juros, o custo dos financiamentos subiu, impactando a capacidade de compra das famílias. Adicionalmente, houve redução no teto de financiamento pela Caixa Econômica Federal e menores recursos disponíveis na linha Pró-Cotista, que depende da poupança, principal fonte de financiamento imobiliário no Brasil.

Top 5 capitais mais caras para comprar imóvel no Brasil

O Índice FipeZap oferece um panorama completo do mercado imobiliário brasileiro, monitorando o preço médio dos imóveis em 56 cidades. Conforme dados de dezembro do levantamento, entre as capitais do país, destacam-se como as mais caras para aquisição de imóveis as seguintes cidades:

1. Vitória (ES)

  • Preço médio do m²: R$ 12.287;
  • Estado: Espírito Santo.
  • Região: Sudeste

A capital capixaba frequentemente ocupa o topo da lista, com um metro quadrado que ultrapassa os R$ 12.000. A localização privilegiada, a alta procura e a oferta limitada de terrenos contribuem para esses valores elevados.

2. Florianópolis (SC)

  • Preço médio do m²: R$ 11.766;
  • Estado: Santa Catarina.
  • Região: Sul

A Ilha da Magia também se destaca, com um mercado imobiliário aquecido pela procura de turistas e moradores em busca de qualidade de vida. Bairros como Agronômica e Jurerê apresentam preços bem elevados, com o metro quadrado superando os R$ 13.000.

3. São Paulo (SP)

  • Preço médio do m²: R$ 11.374;
  • Estado: São Paulo.
  • Região: Sudeste

A maior metrópole brasileira concentra um grande número de imóveis de alto padrão, especialmente nas regiões mais nobres da cidade. Dentre os bairros mais caros, destaca-se a Vila Olímpia, que apresenta o preço médio mais elevado, seguida por Brooklin, Itaim Bibi e Pinheiros.

4. Curitiba (PR) 

  • Preço médio do m²: R$ 10.703;
  • Estado: Paraná; 
  • Região: Sul.

Amplamente conhecida por sua qualidade de vida, Curitiba apresenta um mercado imobiliário que mais valoriza no Brasil atualmente. A cidade experimenta um crescimento expressivo no valor dos imóveis, impulsionado principalmente por bairros como Água Verde, Champagnat e Batel, que recebem novos empreendimentos de alto padrão.

5. Rio de Janeiro (RJ)

  • Preço médio do m²: R$ 10.289;
  • Estado: Rio de Janeiro;
  • Região: Sudeste. 

Fechando o top 5, a capital fluminense, não surpreende ao figurar entre as mais caras do país. A cidade maravilhosa dispõe de regiões icônicas como Leblon e Ipanema que se destacam, com alguns dos metros quadrados mais valorizados no Brasil.

Capitais onde o preço médio mais subiu

De acordo com o levantamento do Índice FipeZAP, Curitiba registrou o maior avanço entre as capitais brasileiras, com uma alta de 18%. Esse crescimento fez com que a cidade ultrapassasse o Rio de Janeiro, conquistando o quarto lugar no ranking das capitais com os metros quadrados mais caros do Brasil.

CidadeEstadoCrescimento no preço de imóveis residenciais (%)
CuritibaPR18
SalvadorBA16,38
João PessoaPB15,54
AracajuSE13,79
Belo HorizonteMG12,53
VitóriaES12,51
FortalezaCE11,49
GoiâniaGO11,49
MaceióAL10,50
CuiabáMT10,31

Qual o metro quadrado mais caro do Brasil?

Ao expandir a análise para todas as cidades brasileiras, e não apenas as capitais, o cenário do mercado imobiliário apresenta algumas mudanças significativas. O município de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, se destaca como líder no ranking de valorização, com o preço médio do metro quadrado atingindo R$ 13.911. 

Para exemplificar, uma residência de 50 metros quadrados na cidade pode ultrapassar a marca de R$ 690 mil, um valor considerável mesmo para o padrão de mercado atual. A alta valorização do mercado imobiliário no litoral catarinense tem atraído não apenas compradores locais, mas também investidores de diversas regiões do Brasil. 

Outras cidades como Itapema e Itajaí, também situadas no eixo costeiro de Santa Catarina, se destacam por apresentar valores superiores a R$ 10.000 por metro quadrado. Esse fenômeno está intimamente ligado a uma série de fatores que têm impulsionado a demanda por imóveis nessas localidades. 

A valorização do turismo, a crescente qualidade da infraestrutura urbana e a forte conexão com a natureza, com acesso privilegiado ao mar, fazem dessas cidades destinos altamente procurados.

Dicas para quem busca imóveis em capitais mais valorizadas

  • Pesquisa e planejamento: dedique um tempo significativo para pesquisar a área onde você deseja morar. Conheça os bairros, a infraestrutura disponível, a proximidade de serviços essenciais e o perfil dos moradores.
  • Orçamento realista: defina um orçamento claro e realista. Leve em conta não apenas o preço do imóvel, mas também taxas adicionais como impostos, condomínio e custos de manutenção.
  • Flexibilidade: esteja aberto a diferentes opções. Às vezes, imóveis ligeiramente fora do centro ou em bairros emergentes podem oferecer melhores oportunidades de investimento a um custo mais acessível.
  • Visitas pessoais: visite pessoalmente os imóveis que você está considerando. Fotos podem ser enganosas e é importante ver de perto detalhes como acabamentos, iluminação natural e a vizinhança.
  • Negociação: não aceite o primeiro preço sem tentar negociar. Em muitos casos, há margem para uma redução, especialmente se o imóvel está no mercado há algum tempo.
  • Uso de tecnologias: utilize aplicativos e sites especializados em busca de imóveis para acompanhar as ofertas em tempo real. Alguns sites permitem filtrar propriedades por preço, localização e outras características importantes.
  • Consultoria profissional: considere contratar um corretor de imóveis de confiança. Eles possuem conhecimento detalhado do mercado local e podem ajudar a encontrar opções que você talvez não encontraria por conta própria.

Vale a pena investir em imóveis nas capitais mais caras?

Historicamente, a compra de imóveis no Brasil tem sido uma opção segura para quem busca valorizar seu patrimônio a longo prazo. Em 2025, especialistas apontam que a combinação de altas taxas de juros e inflação, especialmente em grandes metrópoles, tende a elevar os custos para quem deseja adquirir um imóvel.

Rafael Gonçalves, consultor financeiro, sugere que 2025 pode representar um ano para planejar a compra de um imóvel através de um consórcio imobiliário. Essa modalidade permite acumular recursos para dar um lance ou entrada em um financiamento futuro. 

Contudo, é importante ressaltar que o cenário econômico global ainda é incerto, com possibilidade de mudanças que podem influenciar o mercado imobiliário. Fatores como políticas públicas, taxas de juros e comportamento do consumidor podem gerar tanto oportunidades quanto desafios.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.