Investimentos diretos no Brasil superam expectativas e alcançam US$ 9,8 bilhões em novembro

O Brasil registrou ingresso de US$ 9,8 bilhões em investimentos diretos em novembro, valor bem acima das expectativas do mercado.

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20 de dez, 2025 às 14:00
Investidor analisando gráficos de ações e indicadores do mercado financeiro em um laptop. Imagem: Freepik

Os investimentos diretos no Brasil surpreenderam positivamente o mercado financeiro em novembro ao alcançarem US$ 9,820 bilhões, valor bem acima das expectativas de analistas e que reforça a atratividade do país para o capital estrangeiro. Os dados foram divulgados na última sexta-feira (19) pelo Banco Central, por meio do relatório do setor externo.

O resultado superou com folga a projeção de US$ 6,5 bilhões apurada em pesquisa da Reuters, além de representar um avanço significativo em relação a novembro de 2024, quando o ingresso de investimentos diretos havia sido de US$ 5,664 bilhões. O desempenho ocorre em um momento de maior atenção do mercado às contas externas e ao fluxo de capital para economias emergentes.

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O forte ingresso de investimentos diretos no Brasil foi o principal destaque das contas externas em novembro. Esse tipo de capital, voltado principalmente para investimentos produtivos e de longo prazo, é considerado mais estável do que fluxos financeiros de curto prazo, como aplicações em renda fixa ou bolsa.

Segundo o Banco Central, o resultado indica confiança de investidores estrangeiros na economia brasileira, mesmo diante de um cenário global marcado por juros elevados em economias desenvolvidas e maior seletividade na alocação de recursos. Além disso, o fluxo ajuda a financiar o déficit externo sem pressionar excessivamente o câmbio.

Déficit em transações correntes fica dentro do esperado

Apesar do desempenho positivo dos investimentos diretos, o Brasil registrou déficit de US$ 4,943 bilhões em transações correntes em novembro. O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa do mercado, que apontava para um saldo negativo de US$ 4,95 bilhões, segundo a pesquisa da Reuters.

As transações correntes reúnem a balança comercial, a conta de serviços e a conta de renda primária, funcionando como um termômetro do relacionamento econômico do país com o exterior. No acumulado de 12 meses, o déficit chegou ao equivalente a 3,47% do Produto Interno Bruto (PIB), nível acompanhado de perto por investidores e formuladores de política econômica.

No mesmo mês de 2024, o déficit havia sido de US$ 4,418 bilhões, o que indica uma leve deterioração na comparação anual, embora dentro de padrões considerados administráveis pelo mercado.

Conta de renda primária amplia déficit em novembro

Um dos fatores que pressionaram o resultado das transações correntes foi a conta de renda primária, que apresentou déficit de US$ 6,169 bilhões em novembro. O valor é superior ao rombo de US$ 5,796 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior.

Essa conta reflete principalmente remessas de lucros e dividendos ao exterior, além de pagamentos de juros sobre dívidas. O aumento do déficit está associado tanto à maior rentabilidade de empresas com capital estrangeiro quanto ao custo financeiro elevado em um ambiente de juros ainda altos.

Superávit comercial perde força na comparação anual

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 5,119 bilhões em novembro. Apesar do saldo positivo, o resultado ficou abaixo do observado no mesmo mês de 2024, quando o superávit foi de US$ 6,043 bilhões.

A redução do superávit reflete uma combinação de menor ritmo das exportações e manutenção das importações em patamar elevado, acompanhando a atividade econômica doméstica. Mesmo assim, o comércio exterior segue como um dos principais sustentáculos das contas externas do país.

Déficit da conta de serviços apresenta melhora

Outro ponto relevante foi a conta de serviços, que registrou déficit de US$ 4,454 bilhões em novembro. O resultado representa uma melhora em relação ao mesmo mês de 2024, quando o rombo foi de US$ 5,051 bilhões.

A conta de serviços inclui gastos com viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e serviços empresariais. A redução do déficit pode indicar ajustes nos gastos externos e efeitos de um câmbio mais depreciado, que encarece despesas fora do país.

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