Arrecadação do IOF sobe 15% em 2025 e deve superar previsão do governo

Segundo a Receita Federal, o total arrecadado já alcança R$ 60 bilhões, superando a previsão de receitas extras para o ano.

imagem do autor
04 de nov, 2025 às 12:00
Cálculo do Imposto de Renda (IR) com uma calculadora azul, notas de dinheiro brasileiro de 50 e 100 reais ao redor, e uma nota de papel com 'IOF' escrita. Foto: Adobe Stock

A arrecadação do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) registrou crescimento de 15% em 2025, impulsionada pelo aumento das alíquotas implementado em maio. O resultado, segundo dados da Receita Federal, indica que o montante total recolhido deve ultrapassar a previsão inicial de receitas extras projetada pelo governo para este ano. A medida foi uma das principais apostas da equipe econômica para garantir o cumprimento da meta fiscal de resultado primário zero.

Leia também:

Alta do IOF reforça esforço fiscal do governo

O aumento da arrecadação do IOF ocorre após o governo editar o Decreto 12.499/25, que elevou as alíquotas do tributo no final de maio. A decisão teve como objetivo ampliar a receita federal e compensar a queda em outras fontes de arrecadação, contribuindo para o equilíbrio das contas públicas.

Desde a entrada em vigor do decreto, o Fisco já arrecadou R$ 37 bilhões, de um total de R$ 60 bilhões recolhidos em 2025. No mesmo período do ano passado, quando as alíquotas ainda não haviam sido reajustadas, a arrecadação somou R$ 52,7 bilhões.

O avanço expressivo, de acordo com analistas, reflete tanto o efeito direto das novas taxas quanto a melhora do ambiente econômico, que elevou o volume de operações financeiras no país.

A implementação do aumento do IOF chegou a ser questionada no Congresso Nacional, que tentou suspender a medida. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu a validade do decreto, garantindo sua aplicação integral e o fluxo de arrecadação previsto pela Receita Federal.

Operações de crédito e câmbio puxam crescimento

De acordo com dados divulgados pela Receita Federal, a expansão da arrecadação do IOF foi impulsionada principalmente pelas operações de crédito realizadas por pessoas jurídicas e pelas operações de câmbio na saída de moeda.

Em nota oficial, o órgão destacou que “parte desse aumento pode ser atribuída ao Decreto 12.499/25, que alterou as alíquotas do tributo. No entanto, o comportamento da economia também influencia o resultado, podendo gerar ganhos adicionais em determinados meses”. A Receita reforçou ainda que, neste momento, não é possível isolar com precisão o impacto do aumento das alíquotas do efeito da atividade econômica.

A alta também está relacionada ao maior volume de concessão de crédito às empresas, favorecido pela melhora gradual das condições financeiras e pela expectativa de estabilidade da taxa Selic. Esse cenário tem impulsionado transações de câmbio e operações financeiras de curto prazo, que incidem diretamente sobre a base de cálculo do IOF.

Projeções indicam arrecadação acima das expectativas

As estimativas indicam que o ritmo de crescimento da arrecadação do IOF deve se manter elevado até o final do ano. Segundo o economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, o tributo deve gerar mais R$ 26,5 bilhões entre outubro e dezembro. Caso essa projeção se confirme, o resultado total de 2025 deve superar em larga escala os R$ 11,5 bilhões em receitas extras previstos pela Receita Federal após o reajuste das alíquotas.

O desempenho reforça a estratégia do governo de buscar novas fontes de arrecadação para compensar despesas obrigatórias crescentes, especialmente em áreas como previdência e pessoal. A equipe econômica considera o resultado positivo como um sinal de eficiência das medidas fiscais implementadas neste ano.

Para além do impacto imediato nas contas públicas, a arrecadação do IOF também reflete uma maior movimentação financeira, o que pode indicar melhora gradual na confiança empresarial e nas expectativas de investimento.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Linkedin