A Caixa Econômica Federal anunciou planos para criar um fundo imobiliário (FII) com imóveis dos Correios, em uma iniciativa que busca reforçar as finanças da estatal e gerar novas fontes de receita. A informação foi confirmada pelo presidente do banco, Carlos Vieira, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

A medida surge como parte de um esforço do governo federal para reestruturar empresas públicas e dar mais sustentabilidade financeira às operações dos Correios, que vêm enfrentando desafios de liquidez e necessidade de modernização.

Caixa FII Correios: novo modelo de captação para fortalecer a estatal

Segundo Vieira, a Caixa vai estruturar um FII (Fundo de Investimento Imobiliário) utilizando imóveis operacionais dos Correios. A proposta é transformar parte do patrimônio físico da empresa em cotas negociáveis no mercado financeiro, permitindo a captação de recursos junto a investidores.

O presidente explicou que, ao colocar esses bens em um fundo imobiliário, os Correios poderão obter capital imediato, enquanto continuam utilizando os imóveis para suas atividades.

“Você pega o bem físico e coloca no fundo, o investidor vai lá e eu alugo aquele bem. Os Correios têm condição de fazer isso, uma série de imóveis são operacionais. Então, eu capitalizo os Correios também com essa medida, e esses imóveis passariam a um fundo”, detalhou Vieira em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

A operação, segundo ele, vai combinar liquidez e eficiência, criando uma alternativa sustentável para financiar a estatal sem depender exclusivamente de recursos orçamentários. Além disso, o modelo segue práticas já consolidadas no mercado de capitais brasileiro, em que fundos imobiliários se tornaram instrumentos relevantes de investimento e valorização de ativos públicos e privados.

Relevância da marca e confiança no potencial dos Correios

Vieira destacou ainda que a marca Correios é considerada a mais valiosa do Brasil, superando inclusive a da própria Caixa. Essa força simbólica e institucional, segundo o executivo, reforça a confiança na capacidade da empresa pública de gerar valor e atrair investidores.

“Os Correios são considerados hoje a marca mais valiosa do Brasil, mais valiosa inclusive do que a própria marca da Caixa. Então por que não investir numa marca tão importante?”, afirmou o presidente.

Com isso, a Caixa busca aliar gestão financeira e estratégia de imagem, apostando na credibilidade dos Correios para tornar o fundo atrativo tanto para o mercado quanto para o setor público.

A medida também faz parte da política de valorização das estatais e de estímulo a novos modelos de negócios, alinhada às diretrizes do governo de promover parcerias e investimentos sustentáveis.

FII será complementar a novo empréstimo aos Correios

Além do Caixa FII Correios, o banco estuda participar de uma operação de crédito que também deve beneficiar a estatal. Segundo Vieira, as negociações para o empréstimo estão em estágio inicial, e a participação da Caixa ainda está sendo definida.

A operação contará com garantias do Tesouro Nacional, o que confere maior segurança jurídica e financeira ao processo. Essa iniciativa deve ser complementar ao fundo imobiliário, ampliando o conjunto de ações voltadas à recuperação das finanças dos Correios.

Essas duas frentes – o FII e o empréstimo – visam reequilibrar as contas da estatal, garantir capital de giro e permitir investimentos em tecnologia e infraestrutura logística, essenciais para o fortalecimento da empresa no médio prazo.

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