A Braskem (BRKM5) contratou assessores financeiros e jurídicos nesta sexta-feira (26) para buscar alternativas que otimizem sua estrutura de capital, em meio ao sufoco financeiro que a petroquímica enfrenta. A iniciativa visa enfrentar o prolongado ciclo de baixa da indústria química e fortalecer a competitividade da empresa no mercado brasileiro.

O movimento da Braskem ocorre em um contexto de forte pressão sobre sua liquidez e rentabilidade, com ações acumulando queda superior a 30% no ano. Além disso, a agência de classificação de risco S&P rebaixou recentemente o rating da companhia de “BB-” para “B+”, sinalizando preocupações sobre a queima de caixa e a capacidade de pagamento de suas dívidas.

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Rebaixamento de rating e impacto no mercado

O rebaixamento de rating da Braskem foi motivado principalmente pela contínua queima de caixa da empresa, que preocupa investidores e analistas. Segundo a S&P, mesmo com a preservação da liquidez e sinais de melhora na rentabilidade, a empresa não deve conseguir reverter a tendência de consumo de recursos nos próximos trimestres.

O rating mais baixo influencia diretamente a percepção do mercado sobre a solvência da Braskem e pode encarecer novas captações de crédito.

Iniciativas da Braskem para fortalecer a estrutura de capital

Em busca de soluções, a Braskem está avaliando medidas estratégicas como redução de custos, melhorias na eficiência do capital de giro e potenciais vendas de ativos. A empresa também espera se beneficiar das tarifas antidumping, que podem contribuir para a estabilidade financeira.

Apesar dessas iniciativas, a S&P projeta que as principais métricas de crédito da companhia permanecerão frágeis nos próximos 12 meses. A relação dívida líquida/Ebitda, indicador que mede a alavancagem financeira, deverá permanecer acima de 7 vezes, apontando risco elevado.

Desempenho financeiro recente da Braskem

No segundo trimestre de 2025, a Braskem registrou prejuízo de R$ 267 milhões, embora tenha representado uma redução de 93% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado reverteu o lucro obtido no primeiro trimestre e reforçou o tom negativo do balanço da companhia.

A receita líquida também apresentou queda, passando de R$ 19,07 bilhões para R$ 17,86 bilhões, refletindo os desafios enfrentados pelo setor. Segundo a XP Investimentos, os resultados ficaram “bem abaixo das expectativas”, reforçando a necessidade de ações estratégicas imediatas para conter a deterioração financeira.

Endividamento e queima de caixa preocupam investidores

A Braskem queimou R$ 1,45 bilhão em caixa no trimestre, mesmo com maior controle do capital de giro. O endividamento da empresa aumentou, atingindo US$ 6,8 bilhões no total. A relação dívida líquida/Ebitda LTM, que mede a capacidade da companhia de gerar caixa suficiente para honrar seus compromissos, subiu de 8,0 vezes para 10,6 vezes, evidenciando o aperto financeiro.

O aumento da alavancagem e a queima de caixa reforçam a necessidade de medidas estruturais mais profundas, como reestruturação de dívidas, revisão de investimentos e potencial venda de ativos estratégicos.

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