Ambipar (AMBP3) cai para “D” na S&P após pedir proteção judicial e ações despencam
A medida suspende vencimentos antecipados da dívida e derrubou as ações da empresa em mais de 40%.
Foto: Divulgação
A Ambipar (AMBP3) sofreu um rebaixamento de seu rating pela agência S&P Global, que passou de “BB-” para “D”, nível que equivale a um calote (default). A decisão aconteceu após a companhia obter, recentemente, proteção judicial contra credores, medida que suspende cláusulas contratuais que poderiam levar ao vencimento antecipado de dívidas. A situação evidencia dificuldades financeiras relacionadas a compromissos da empresa, apesar de uma posição de caixa expressiva.
Rebaixamento da S&P e contexto da decisão
O rebaixamento do rating da Ambipar pela S&P é considerado severo e ocorreu logo após a empresa buscar proteção na Justiça. A liminar obtida suspende quaisquer cláusulas que possam antecipar o vencimento das dívidas, o que é interpretado pelas agências de risco como um passo em direção a uma reestruturação completa da dívida, ou até mesmo uma possível recuperação judicial futura.
Segundo a S&P, a decisão de reduzir o rating para “D” reflete a equivalência dessa ação a um default da companhia, mesmo que temporário. O movimento da agência reforça o alerta para investidores e credores sobre os riscos atrelados às operações financeiras da empresa, especialmente aquelas ligadas a derivativos e green bonds.
Impacto imediato nas ações da Ambipar
A notícia teve efeito direto no mercado de ações. Os papéis da Ambipar (AMBP3) registraram quedas expressivas na B3, chegando a cair mais de 40% durante o pregão e fechando com perda de 24%. Esse movimento evidencia a preocupação dos investidores diante do cenário de incerteza e reforça a volatilidade dos ativos da empresa em períodos de restrições financeiras e judiciais.
Situação financeira da Ambipar
Apesar do pedido de proteção judicial, a Ambipar apresenta um cenário financeiro aparentemente saudável em determinados indicadores. Conforme relatado ao mercado, a companhia possui um caixa considerável de R$ 4,7 bilhões no fim do segundo trimestre, enquanto sua dívida de curto prazo totaliza R$ 616 milhões, representando apenas cerca de 5% da dívida bruta.
Essa aparente contradição — de um lado, a busca por proteção judicial; de outro, a existência de recursos líquidos relevantes — levanta questionamentos sobre a estratégia financeira da empresa e seu plano de gerenciamento de dívidas. Para investidores, esse cenário reforça a importância de acompanhar de perto as próximas decisões da Ambipar e os desdobramentos junto às agências de risco.
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