Lula na ONU: presidente acusa ‘falsos patriotas’ e critica sanções dos EUA
Discurso abre a 80ª Assembleia-Geral da ONU e marca primeira visita de Lula aos EUA desde as tarifas impostas por Donald Trump.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à extrema-direita brasileira e às recentes sanções dos Estados Unidos contra autoridades do país durante seu discurso de abertura da 80ª Assembleia-Geral da ONU, nesta terça-feira (23/9).
O petista falou em “falsos patriotas” e defendeu a soberania nacional, além de reforçar seu posicionamento contra o conflito em Gaza.
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“Extrema-direita subserviente” e ingerência externa
Em um dos trechos mais duros do discurso, Lula afirmou que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável” e acusou setores da “extrema-direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias” de arquitetarem ações contra o Brasil. Segundo ele, “falsos patriotas promovem publicamente” iniciativas que atacam instituições democráticas.
A fala ocorre no mesmo momento em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo articulam, nos Estados Unidos, medidas para pressionar e sancionar autoridades brasileiras.
Lula faz críticas às sanções dos EUA na ONU
O discurso também marcou a primeira visita de Lula aos EUA desde as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. O petista rebateu as “sanções arbitrárias” anunciadas na véspera pelo governo norte-americano, que incluiu na lista da Lei Magnitsky Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, além de suspender o visto do advogado-geral da União Jorge Messias e de outros nomes ligados ao governo.
“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu recado a todos os candidatos autocratas e aqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, disse Lula.
Conflito em Gaza
Lula também voltou a criticar a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza. “Nada justifica o genocídio em Gaza”, declarou, reforçando o posicionamento do Brasil por uma solução pacífica para o conflito.
Agenda em Nova York
O presidente desembarcou em Nova York no domingo (21/9) para uma série de compromissos até quarta-feira (24/9). Além do discurso de abertura da ONU, participará de encontros de alto nível sobre democracia e combate ao extremismo, meio ambiente e resolução do conflito no Oriente Médio. A primeira-dama Janja Lula da Silva acompanha parte da agenda.
A solenidade da ONU começou com o secretário-geral António Guterres defendendo o multilateralismo e a “primeira obrigação” dos líderes mundiais: a paz.
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