A agenda econômica da semana será marcada por decisões cruciais de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com destaque para a chamada Super Quarta (17), que deve ditar o ritmo dos mercados globais. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a taxa Selic em 15%, enquanto o Federal Reserve (Fed) é amplamente esperado a cortar os juros em 0,25 ponto percentual, em um movimento estratégico para apoiar a economia americana.

Essas decisões, acompanhadas de projeções e coletivas de imprensa, ganham relevância em um momento de incertezas internacionais e expectativa dos investidores sobre os próximos passos da política monetária.

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Super Quarta: o que esperar das decisões de juros

A Super Quarta, marcada para 17 de setembro, concentra os principais eventos da agenda econômica da semana. No Brasil, o Copom se reúne em Brasília às 18h30, e a expectativa do mercado é pela manutenção da Selic em 15%. Essa decisão reflete a postura mais cautelosa do Banco Central diante do cenário inflacionário, ainda pressionado por custos de serviços e câmbio.

Nos Estados Unidos, o destaque é a decisão do Fomc, prevista para as 15h (horário de Brasília). A expectativa majoritária é de um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, levando a taxa básica para uma nova faixa-alvo. Além da decisão, a coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell e a divulgação das projeções econômicas do Fed devem fornecer sinais sobre os próximos passos da instituição.

Esse duplo movimento de Brasil e Estados Unidos é o grande divisor de águas da semana, pois tende a influenciar diretamente o fluxo de capitais internacionais, a taxa de câmbio e o comportamento da renda variável.

Outras decisões de política monetária no radar

Embora a Super Quarta concentre os holofotes, a agenda econômica da semana reserva outros anúncios relevantes. Na quinta-feira (18), o Banco da Inglaterra (BoE) divulgará sua decisão sobre a taxa de juros, com expectativa de manutenção após meses de alta para conter a inflação britânica.

Já na sexta-feira (19), será a vez do Banco do Japão (BoJ) anunciar sua política monetária. Com juros historicamente baixos e estímulos contínuos, o mercado observa se a autoridade monetária japonesa dará sinais de ajuste, principalmente após pressões globais por normalização monetária.

Essas definições complementam o quadro internacional e podem gerar volatilidade em moedas emergentes e ativos de risco.

Indicadores econômicos no Brasil

No front doméstico, a semana começa com a divulgação do Boletim Focus e do IBC-Br de julho, ambos na segunda-feira (15). Esses dados oferecem uma prévia importante sobre a trajetória da economia brasileira e servem de termômetro para analistas e investidores.

Na terça-feira (16), o destaque será a divulgação da taxa de desemprego de julho, indicador sensível ao consumo e à confiança do consumidor. Já na quarta-feira (17), além da decisão do Copom, sai o IGP-10 de setembro, que deve mostrar o comportamento dos preços no atacado e nos insumos.

O Banco Central também publicará o fluxo cambial estrangeiro, dado que ajuda a medir a entrada e saída de dólares no país.

Indicadores internacionais relevantes

Além das decisões de juros, a agenda econômica da semana traz indicadores de peso no cenário internacional.

Nos Estados Unidos, saem na terça-feira (16) as vendas no varejo de agosto e a produção industrial do mesmo período, que ajudam a calibrar expectativas sobre a atividade econômica. Já na quinta-feira (18), o foco recai nos pedidos iniciais de seguro-desemprego, que funcionam como termômetro do mercado de trabalho americano.

Na Europa, os investidores acompanharão a produção industrial da zona do euro (16/09), o índice de preços ao consumidor (IPC) de agosto (17/09) e o discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (18/09). Para fechar a semana, ocorre o encontro do Eurogrupo na sexta-feira (19), fórum que discute questões fiscais e monetárias do bloco.

O Reino Unido também terá dados importantes: o IPC de agosto (17/09) e as vendas no varejo (19/09). No Japão, além da política monetária, entram no radar a balança comercial de agosto (16/09) e o IPC nacional (18/09).

Confira a agenda completa:

Segunda-feira, 15 de setembro

Horário*PaísIndicador
JapãoFeriado
06hZona do EuroBalança comercial de julho
05h30Hong KongProdução industrial do segundo trimestre
08h25BrasilFocus
09hBrasilIBC-Br de julho

Terça-feira, 16 de setembro

Horário*PaísIndicador
06hZona do EuroProdução industrial de julho
09hBrasilTaxa de desemprego de julho
09h30EUAVendas no varejo de agosto
10h15EUAProdução industrial de agosto
17h30EUAEstoques de petróleo bruto semanal API
20h50JapãoBalança comercial de agosto

Quarta-feira, 17 de setembro

Horário*PaísIndicador
03hReino UnidoIPC de agosto
06hZona do EuroIPC de agosto
08hBrasilIGP-10 de setembro
11h30EUAEstoques de petróleo bruto
14h30BrasilFluxo cambial estrangeiro
15hEUADecisão de taxa de juros do Fomc e projeções econômicas
15h30EUAColetiva de imprensa do Fomc
18h30BrasilDecisão da Selic

Quinta-feira, 18 de setembro

Horário*PaísIndicador
04h10Zona do EuroDiscurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
08hReino UnidoDecisão de taxa de juros
09hEUAPedidos iniciais por seguro-desemprego
20h30JapãoIPC nacional de agosto
23h30JapãoDeclaração de política monetária do BoJ

Sexta-feira, 19 de setembro

Horário*PaísIndicador
00hJapãoDecisão de taxa de juros
03hReino Unido Vendas no Varejo
03h30JapãoColetiva de imprensa do BoJ
07Zona do EuroEncontro do Eurogrupo

*Horário de Brasília