A gestora Mapa Capital assumiu o controle da Casas Bahia com 85,5% do capital social, após uma operação que converteu títulos de dívida em ações ordinárias com direito a voto. A transação, realizada em 2025, reduziu o endividamento da varejista para R$ 1,6 bilhão, metade do valor anterior, e deverá gerar uma economia anual de cerca de R$ 230 milhões em despesas financeiras.

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Mapa Capital assume controle da Casas Bahia: o que mudou e por quê

A operação que levou a Mapa Capital a assumir 85,5% da Casas Bahia ocorreu por meio da conversão de debêntures — títulos de dívida da empresa — em ações ordinárias, garantindo à gestora direito a voto e controle sobre as decisões estratégicas da varejista. Com isso, a dívida da rede foi reduzida significativamente, o que melhora a saúde financeira do grupo e abre espaço para investimentos.

Essa mudança é resultado de um esforço concentrado da Casas Bahia para enfrentar as dificuldades decorrentes da alta dos juros no cenário pós-pandemia, que impactou severamente o setor varejista. Desde 2023, a empresa vinha adotando medidas para conter os custos financeiros e melhorar a eficiência operacional.

A Mapa Capital adquiriu os débitos que estavam com dois dos principais credores da Casas Bahia: Bradesco e Banco do Brasil. Além disso, a gestora manteve as linhas de crédito junto a essas instituições financeiras, o que é fundamental para garantir o capital de giro e suportar as operações comerciais da empresa durante a fase de recuperação.

Reestruturação financeira e operacional da Casas Bahia

A Casas Bahia iniciou seu processo de reestruturação em 2023, após sentir os efeitos da alta abrupta dos juros no Brasil, que aumentaram o custo das dívidas e pressionaram a rentabilidade. Em 2024, a rede concluiu uma recuperação extrajudicial para alongar os prazos das dívidas e reduzir os custos financeiros, evitando um colapso financeiro.

Além das medidas financeiras, a empresa investiu em ações operacionais para recuperar a competitividade no mercado. A redução dos estoques permitiu otimizar o capital de giro, enquanto o retorno às campanhas tradicionais de marketing, como a icônica “Dedicação total a você”, buscou reconquistar a confiança do consumidor.

Outro passo importante foi o lançamento da plataforma digital CasasBahia Ads, que visa fortalecer a presença da marca no ambiente online e aumentar as receitas provenientes do marketing digital. Paralelamente, foram realizados investimentos no aplicativo de vendas e no desenvolvimento de novos formatos de loja, alinhados às tendências de consumo e às demandas do público.

Impactos da conversão da dívida em ações para o futuro da Casas Bahia

Segundo Renato Franklin, presidente do Grupo Casas Bahia, a conversão de dívida em ações representa um avanço estratégico para o fortalecimento da estrutura de capital da empresa. “Essa medida contribui para a redução relevante do custo financeiro, especialmente diante do atual cenário macroeconômico, e permite que a companhia se concentre em seu plano de transformação e crescimento”, afirmou.

Com a nova composição acionária, antigos investidores e membros da família fundadora, como Michel Klein, que possui 3,8% do capital, viram sua participação diminuir significativamente. Michel Klein planeja retornar ao conselho da empresa em 2026 e busca apoio de outros acionistas para exercer influência nas decisões futuras da rede.

Analistas do mercado acompanham de perto como será o relacionamento entre a Mapa Capital e os demais acionistas minoritários, especialmente com Michel Klein, que tem uma ligação histórica com a marca. Até o momento, a gestora não se pronunciou publicamente sobre essas dinâmicas internas.

Perfil da Mapa Capital e seu papel na reestruturação da Casas Bahia

A Mapa Capital é uma gestora especializada em assessoria financeira, reestruturação de dívidas, fusões e aquisições, e investimentos estratégicos. Entre suas participações está a fabricante automotiva Plascar, evidenciando sua atuação em diferentes setores da economia.

No caso da Casas Bahia, a Mapa Capital aposta no potencial de recuperação da rede varejista, combinando sua expertise em reestruturação financeira com investimentos operacionais que possam garantir sustentabilidade no longo prazo. A manutenção das linhas de crédito com bancos tradicionais é um dos principais pontos que asseguram o fôlego necessário para que a empresa retome seu crescimento.

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