A Petrobras (PETR4) sinalizou que a distribuição de dividendos extraordinários em 2025 é pouco provável, diante do cenário desafiador dos preços internacionais do petróleo. Segundo o diretor executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Fernando Melgarejo, a empresa deverá reavaliar seus projetos e investimentos para se adaptar à nova realidade do mercado. Este posicionamento reflete as dificuldades da companhia em manter pagamentos elevados para os acionistas frente à redução da receita causada pela queda do preço do petróleo no mercado global.

Baixa probabilidade de dividendos extraordinários em 2025

A Petrobras enfrenta um cenário em que os dividendos extraordinários, que poderiam complementar a remuneração dos investidores, estão com chances reduzidas de serem pagos no próximo ano. Fernando Melgarejo ressaltou em conferência com analistas que “com uma renda menor, teríamos mais dificuldades em fazer pagamentos, embora gostaríamos muito”. Essa declaração evidencia que a companhia está cautelosa para preservar caixa e garantir sustentabilidade financeira diante das incertezas no mercado internacional.

O diretor financeiro destacou que o rendimento obtido pela companhia com seus lucros está comprometido pelas oscilações do preço do petróleo, o que impacta diretamente a capacidade de distribuir valores além dos dividendos regulares.

Revisão estratégica dos projetos e investimentos

Apesar da meta de investimentos (capex) para 2025 se manter em US$ 18,5 bilhões, a Petrobras anunciou que irá revisar seus projetos para garantir que sejam financeiramente viáveis diante do novo cenário de preços do petróleo. Segundo Melgarejo, “vamos reavaliar todas as premissas e, com isso, colocar essas premissas nos projetos para identificar aqueles que são viáveis”.

Essa avaliação rigorosa poderá levar ao adiamento ou até mesmo ao cancelamento de projetos que não se encaixem nas novas condições econômicas da empresa. Além disso, a Petrobras planeja buscar alternativas de engenharia para reduzir custos de capital (capex), tornando os projetos mais atrativos financeiramente.

Esta postura reafirma o compromisso da companhia com a eficiência operacional e a prudência financeira, ajustando-se rapidamente às mudanças do mercado para proteger os interesses dos acionistas e garantir o crescimento sustentável.

Resultados do segundo trimestre e impacto nos dividendos

No segundo trimestre de 2025, a Petrobras reportou um Ebitda de US$ 10,2 bilhões, valor 1% acima do consenso esperado pelo mercado. Apesar do resultado sólido, o pagamento de dividendos ficou em US$ 1,5 bilhão, gerando um yield de 1,8%, abaixo da expectativa dos analistas, que projetavam dividendos próximos de US$ 2 bilhões.

Este desempenho foi diretamente influenciado pelos investimentos elevados realizados no período. O volume de capex totalizou US$ 4,1 bilhões no trimestre, superando as estimativas do mercado, que indicavam um valor abaixo de US$ 4 bilhões. Para os analistas, este aumento nos investimentos foi um dos principais motivos para a frustração quanto ao pagamento de dividendos.

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