“Meu salário não é muito”: veja como Lula se compara a Trump, Putin e Milei
Uma declaração do presidente Lula sobre seu salário de R$ 46 mil motivou uma comparação internacional entre a remuneração de líderes mundiais e os salários-mínimos de seus países.

Uma recente fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reacendeu o debate sobre a remuneração dos líderes mundiais. Ao afirmar que seu salário mensal de R$ 46 mil “não é muito”, Lula sugeriu que se analisasse quanto ganham os demais chefes de Estado. A declaração, feita nesta semana, motivou um levantamento que colocou o salário de Lula comparado ao salário-mínimo brasileiro em perspectiva, além de revelar a realidade salarial de outros líderes globais.
Segundo o estudo, Lula recebe aproximadamente 30 vezes mais que o salário-mínimo vigente no Brasil, atualmente em R$ 1.518 — o equivalente a US$ 278 na cotação usada pela pesquisa. A proporção é inferior à de presidentes como Vladimir Putin, mas ainda assim coloca o Brasil entre os países com maior diferença entre o líder nacional e o trabalhador que ganha o mínimo.
Diferença entre o salário de Lula e o piso nacional chega a 30 vezes
O levantamento feito pelo portal InfoMoney, utilizando apenas os salários nominais brutos (sem considerar benefícios), converteu os valores para o dólar americano para facilitar a comparação entre países. A partir disso, foi possível verificar a discrepância entre o salário dos presidentes e o salário-mínimo ou salário médio pago em cada nação.
No caso do Brasil, o salário de Lula, de R$ 46 mil mensais, convertido em dólares representa US$ 8.400. Quando comparado ao salário-mínimo de R$ 1.518, a diferença chega a 30 vezes, um número que evidencia a desigualdade salarial entre o topo da administração federal e os trabalhadores base.
Ranking internacional: Putin lidera disparidade, Lula aparece em 3º
Quando comparado a outros líderes, o salário de Lula ocupa a terceira colocação em termos de proporção frente ao salário-mínimo. Vladimir Putin, presidente da Rússia, lidera esse ranking: com US$ 11.600 mensais, ele ganha 40,4 vezes mais que o menor piso pago no país (US$ 287).
Já o primeiro-ministro de Cingapura, Lawrence Wong, detém o maior salário nominal entre líderes mundiais, recebendo US$ 141.600 por mês. Como o país asiático não possui um salário-mínimo oficial, o levantamento utilizou a média salarial local (US$ 4.300), o que ainda assim coloca Wong recebendo 33 vezes mais que um trabalhador médio.
O levantamento também aponta que Donald Trump, nos Estados Unidos, recebe US$ 33.300 por mês — valor congelado há anos. A comparação com o salário-mínimo norte-americano é mais complexa, já que ele varia por estado. Assim, o levantamento aponta que o ex-presidente ganha entre 12,5 e 26,5 vezes mais que os trabalhadores com as menores remunerações no país.
Líderes da América Latina também se destacam
Entre os vizinhos sul-americanos, Javier Milei, presidente da Argentina, tem um salário mensal equivalente a US$ 4.900, valor que corresponde a 20 vezes o salário-mínimo local (US$ 243). Esse número é semelhante à proporção observada na Austrália, onde o primeiro-ministro Anthony Albanese recebe US$ 51.800 mensais, o que representa também 20 vezes o piso nacional australiano.
Outros países com menores disparidades incluem a França, com Emmanuel Macron ganhando nove vezes o salário-mínimo, e o Reino Unido, onde Keir Starmer ganha 7,4 vezes mais. Já na China, o presidente Xi Jinping recebe apenas US$ 1.800 por mês, o que equivale a 5,4 vezes o piso pago em Pequim (US$ 330).
Como foi feito o levantamento internacional
A pesquisa levou em conta apenas os salários nominais mensais de presidentes e primeiros-ministros, desconsiderando benefícios extras ou gratificações. Todos os valores foram convertidos para dólares americanos para padronizar a comparação.
Nos países onde não existe salário-mínimo nacional, como é o caso de Cingapura, foi adotada a média salarial. Para aqueles que utilizam salário por hora, como os Estados Unidos, foi projetada uma jornada semanal entre 40 e 44 horas, com base em uma média de 8 horas diárias.
Esse tipo de levantamento ajuda a dimensionar não apenas a remuneração de líderes globais, mas também a distância entre o topo da hierarquia política e o cidadão comum, especialmente em países marcados por desigualdade social e econômica.
Confira a comparação completa:
País | Chefe de governo | Salário mensal | Salário-mínimo | Proporção |
Rússia | Vladimir Putin | US$ 11,6 mil | US$ 287 | 40,4 vezes |
Cingapura | Lawrence Wong | US$ 141,6 mil | US$ 4.300 (salário médio) | 33 vezes |
Brasil | Lula | US$ 8,4 mil | US$ 278 | 30 vezes |
EUA | Donald Trump | US$ 33,3 mil | Entre US$ 1.256 e US$ 2.665 | Entre 26,5 vezes e 12,5 vezes |
Argentina | Javier Milei | US$ 4,9 mil | US$ 243 | 20 vezes |
Austrália | Anthony Albanese | US$ 51,8 mil | US$ 2.600 | 20 vezes |
França | Emmanuel Macron | US$ 18,8 mil | US$ 2.100 | 9 vezes |
Reino Unido | Keir Starmer | US$ 19,2 mil | US$ 2.600 | 7,4 vezes |
China | XI Jinping | US$ 1,8 mil | US$ 330 (Pequim) | 5,4 vezes |
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