Trump foi enganado sobre Bolsonaro, diz Lula
O presidente Lula afirmou que Donald Trump foi induzido a acreditar em informações falsas sobre Jair Bolsonaro, o que teria motivado a aplicação de tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (25), durante evento em Osasco (SP), que o epresidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi induzido a acreditar em informações falsas sobre Jair Bolsonaro. Segundo Lula, essa desinformação teria influenciado a decisão de Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, prejudicando o comércio entre Brasil e EUA.
Lula afirma que Trump foi mal informado sobre Bolsonaro
De acordo com Lula, o presidente americano foi levado a acreditar que Bolsonaro estaria sendo perseguido, mas, na realidade, ele está sendo julgado com todos os direitos garantidos pelo Judiciário brasileiro. “O Trump foi induzido a acreditar numa mentira de que o Bolsonaro está sendo perseguido. Primeiro, o Bolsonaro não está sendo perseguido, ele está sendo julgado com todo o direito de defesa”, declarou Lula.
O presidente brasileiro ainda ressaltou que, se tivesse havido contato direto, ele teria explicado a verdade sobre o Brasil e o caso Bolsonaro. “Se o Trump tivesse me ligado, eu teria explicado a ele. Mas preferiram fazer uma carta pública, o que mostra que ele foi mal informado.”
Críticas aos opositores e acusações de lobby estrangeiro
Lula também criticou duramente parlamentares da oposição e familiares do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusando-os de fazer lobby junto aos Estados Unidos em busca de medidas contra o Brasil. Segundo o presidente, esses grupos estariam “agarrados nas botas do presidente dos Estados Unidos pedindo para ele fazer intervenção no Brasil, numa total falta de patriotismo.”
Além disso, Lula apontou que alguns parlamentares se afastaram das suas funções nacionais para defender interesses no exterior. “Ficava, ‘ô Trump, sabe o meu pai, Trump?’”, ironizou o presidente, sem citar nomes diretamente.
Alckmin como interlocutor nas negociações com os EUA
Apesar das tensões, Lula afirmou que o Brasil está aberto ao diálogo e que o vice-presidente Geraldo Alckmin é o principal canal de negociação com os Estados Unidos. “Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir… E você vai saber a verdade sobre o Brasil”, garantiu.
Alckmin lidera uma frente de diálogo composta também pelo chanceler Mauro Vieira e ministros da Agricultura e da Fazenda. Segundo Lula, já foram realizadas dez reuniões oficiais com autoridades norte-americanas, mostrando disposição para negociar. “Nós já fizemos dez reuniões com os Estados Unidos. E ninguém pode dizer que o Alckmin não quer conversar. Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele”, afirmou.
Tarifas dos EUA e impactos para o Brasil
A tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros gera preocupações no governo Lula, que vê a medida como baseada em informações incorretas e em lobby externo. A imposição da tarifa afeta diretamente setores importantes da economia brasileira, dificultando a competitividade do país no mercado internacional.
A situação coloca o Brasil em uma posição delicada nas relações comerciais com os Estados Unidos, reforçando a necessidade de uma comunicação transparente e negociação eficaz para a resolução do conflito.
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