O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é o principal responsável pela imposição da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Em entrevista à Revista Oeste, na quinta-feira (10), Eduardo defendeu que o ministro “conserte tudo isso” e sugeriu a adoção de uma “anistia ampla” como forma de iniciar um diálogo capaz de resolver o impasse entre Brasil e EUA.

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Eduardo Bolsonaro culpa Moraes por tarifa dos EUA e coloca STF no centro da crise diplomática

Segundo Eduardo Bolsonaro, o desgaste nas relações entre Brasil e Estados Unidos foi intensificado pelas decisões do STF, especialmente as que envolvem a regulação das redes sociais. O deputado, que atualmente reside nos Estados Unidos, afirmou que as críticas feitas pelo então presidente Donald Trump ao Supremo, na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, têm como foco principal o ministro Alexandre de Moraes.

“Se formos analisar a carta do Trump para Lula, os problemas ali são quase todos relativos ao Alexandre de Moraes”, declarou Eduardo. Para ele, Moraes detém o “poder da caneta” para reverter a situação e evitar maiores consequências para a economia brasileira, que já sofre com a tarifa de 50% imposta pelos EUA a diversos produtos nacionais.

Críticas à política externa do governo Lula e à postura do STF

Além da responsabilização do STF, Eduardo Bolsonaro criticou a atuação diplomática do governo Lula. Segundo o deputado, a participação do Brasil na cúpula do Brics e o suposto alinhamento com regimes considerados controversos, como Irã e Hamas, agravaram a tensão com Washington. No entanto, Eduardo ressaltou que o fator determinante para o “tarifaço” foi a atuação da Corte Suprema brasileira.

“Eles estavam comprando briga com os americanos e mandando recado”, afirmou, referindo-se às decisões judiciais que impactaram as relações bilaterais.

Eduardo descarta que Bolsonaro possa resolver a crise tarifária

Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro também se posicionou afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro “não pode resolver a tarifa-Moraes” e que pressionar o ex-mandatário “ajudará absolutamente 0%” na resolução do conflito com os Estados Unidos. O deputado sugere, assim, que a solução passa pela atuação do próprio STF e por medidas internas que promovam a distensão política e institucional.

Proposta de “anistia ampla” como saída para a crise interna e externa

Um ponto importante destacado por Eduardo é a defesa de uma “anistia ampla” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, ligados a manifestações contra o STF. Segundo ele, essa medida pode funcionar como um sinal político e jurídico de distensão, facilitando o diálogo e a negociação para a resolução da crise diplomática com os EUA.

“Tá aí uma oportunidade para iniciar uma mesa de diálogo”, afirmou o deputado, que vê na anistia uma forma de superar os impasses internos e restaurar a confiança entre Brasil e Estados Unidos.

Governo Lula avalia retaliação econômica, mas resposta formal ainda não foi anunciada

Enquanto isso, o governo Lula avalia medidas de retaliação contra os Estados Unidos com base na Lei da Reciprocidade Econômica, mas ainda não definiu qual será a resposta oficial ao tarifão americano. O cenário permanece tenso, e o desfecho da crise dependerá de negociações políticas e diplomáticas nos próximos dias.