PMI de serviço do Brasil cai a 49,3 pontos em junho e indica contração da atividade econômica
O PMI de serviço do Brasil recuou para 49,3 pontos em junho, permanecendo abaixo dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo e indicando contração no setor.
PMI de serviço do Brasil cai a 49,3 pontos em junho e indica contração da atividade econômica
O PMI de serviço do Brasil recuou para 49,3 pontos em junho, segundo dados divulgados pela S&P Global nesta quinta-feira (3). Essa queda representa o terceiro mês consecutivo com o índice abaixo da marca de 50 pontos, sinalizando contração no setor de serviços brasileiro. O resultado revela um cenário desafiador para a economia do país, influenciado por fatores como altos custos de empréstimos, queda da demanda e incertezas políticas diante da eleição presidencial de 2026.
Queda do PMI de serviço do Brasil aponta para cenário de retração em junho
O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços do Brasil registrou uma queda de 49,6 pontos em maio para 49,3 em junho, conforme relatório divulgado pela S&P Global. A manutenção do indicador abaixo de 50 pontos indica contração da atividade econômica no setor, algo que vem se repetindo nos últimos três meses.
Segundo a S&P, essa queda no PMI de serviço do Brasil reflete a combinação de fatores que impactam negativamente a atividade empresarial, como o aumento dos custos de empréstimos e as condições desafiadoras da demanda. Além disso, a pesquisa aponta que o volume de novos pedidos segue em retração, agravando a situação do setor.
Essas dificuldades são agravadas pela proximidade das eleições presidenciais de 2026, que têm gerado um clima de incerteza e afetado a confiança dos empresários no futuro próximo, segundo a diretora associada de Economia da S&P Global Market Intelligence, Pollyanna de Lima.
PMI Composto reforça contração da atividade econômica brasileira
Além do setor de serviços, o PMI composto, que agrega os dados dos setores industrial e de serviços, também apresentou retração em junho. O índice caiu de 49,1 pontos em maio para 48,7 pontos, atingindo o nível mais baixo desde janeiro de 2025.
Essa queda demonstra que o desaquecimento econômico não está restrito ao setor de serviços, mas também afeta a indústria brasileira. O relatório da S&P destaca que a redução no volume de novos pedidos foi mais intensa entre os produtores de bens, indicando uma desaceleração generalizada na economia.
No setor industrial, o PMI recuou de 49,4 pontos em maio para 48,3 pontos em junho, registrando o menor nível desde julho de 2023. A indústria também apresentou redução na tendência de criação de empregos, diferentemente do setor de serviços, que manteve uma certa estabilidade na geração de vagas.
Fatores que influenciam o desempenho do setor de serviços
Os altos custos de empréstimos são um dos principais obstáculos enfrentados pelas empresas do setor de serviços no Brasil atualmente. Com juros elevados, os financiamentos ficam mais caros, dificultando investimentos e expansão dos negócios. Essa situação contribui para o desaquecimento da atividade econômica.
Além disso, a demanda por serviços está em queda, refletindo um consumo mais cauteloso por parte dos consumidores e empresas. A incerteza política em função das eleições presidenciais previstas para 2026 também afeta o cenário, reduzindo a confiança dos empresários e atrasando decisões de investimento.
Por outro lado, apesar do cenário desafiador, o índice de inflação nos preços de venda apresentou desaceleração em junho, atingindo o nível mais baixo em 20 meses. Essa moderação pode ajudar a aliviar pressões inflacionárias, mas ainda não é suficiente para estimular a recuperação da atividade econômica.