As 10 maiores holdings brasileiras
Descubra quais são as maiores holdings brasileiras, como operam, os setores mais estratégicos e quem lidera o ranking global.
Quando pensamos em holdings, nos vem à mente empresas centraisque controlam outras, geralmente via participação acionária, administrando agrupamentos de negócios que, juntos, formam gigantes do mercado.
No Brasil, algumas delas representam conglomerados, com diversificação que atravessa setores — da energia ao varejo, passando por finanças e distribuição.
Hoje, no Melhor Investimento, você irá conhecer 10 maiores holdings do Brasil, com uma pincelada nos segmentos mais populares, te mostrando o panorama global e quem reina absoluto no pódio mundial.
O que é uma holding e como elas operam
Uma holding é, essencialmente, uma empresa cuja atividade principal é deter participações em outras companhias. Em vez de produzir bens ou prestar serviços, ela gerencia, controla e define estratégias de longo prazo para suas subsidiárias.
Imagine a holding como uma orquestra: ela não toca instrumentos diretamente, mas reúne músicos (as empresas) para que possam executar grandes sinfonias corporativas. Isso oferece algumas vantagens:
- Sinergia entre negócios: compartilhamento de tecnologia, capital, gestão de pessoas.
- Proteção patrimonial e sucessão planejada: a estrutura de holding facilita transmitir poder e patrimônios via heranças ou vendas.
- Eficiência fiscal e regulatória: otimização de impostos e governança interna.
- Escalabilidade: permitem aquisições estratégicas sem engessar a marca principal.
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Segmentos mais populares entre holdings
As holdings brasileiras diversificam seus negócios, com maior presença em alguns segmentos:
- Financeiro: controlando bancos, seguradoras e asset management — um exemplo popular é a Itaúsa.
- Energia e infraestrutura: holdings com atuação em geração e distribuição elétrica, combustíveis e logística — como Eletrobras e Ultrapar.
- Commodities e agronegócio: posse de ativos em mineração, celulose ou carnes — Suzano, Marfrig, JBS.
- Varejo e consumo: menos tradicional, mas em crescimento, via participações em marcas e redes de franquias.
Top 10 holdings brasileiras
Com base em valor de mercado e relevância estratégica, elencamos as principais holdings listadas na B3:
1. Itaúsa (ITSA4)

Com valor de mercado estimado em R$ 103 bilhões, a Itaúsa é um dos pilares do sistema financeiro nacional. Sua principal joia é a participação de controle no Itaú Unibanco, o maior banco privado da América Latina. Além do setor bancário, a holding diversifica seu portfólio com a Alpargatas (dona das Havaianas, exportada para mais de 100 países), Dexco (Duratex) (líder em painéis de madeira e louças sanitárias), Aegea Saneamento e a NTS (Nova Transportadora do Sudeste) — que opera gasodutos estratégicos. A receita consolidada do conglomerado ultrapassa os R$ 200 bilhões anuais.
2. Ultrapar (UGPA3)

O Grupo Ultra representa uma das holdings mais diversificadas do país, com negócios que somaram receita líquida de R$ 147 bilhões em 2022. Seu braço mais conhecido é a rede de postos Ipiranga, presente em todas as regiões do Brasil. A Ultragaz lidera o mercado de GLP residencial, enquanto a Oxiteno atua em especialidades químicas e a Extrafarma operava na área de varejo farmacêutico até sua venda para o Pague Menos. A holding demonstra habilidade em gerir negócios em setores intensivos em capital e logística.
3. Eletrobras (ELET3)

A gigante da energia elétrica controla um parque gerador de impressionantes 42.559 MW e uma malha de transmissão superior a 74 mil quilômetros de extensão — um dos maiores do mundo. Entre suas subsidiárias estão a CGT Eletrosul, a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco), a Eletronorte, e a Eletropar, além de participações em várias usinas e distribuidoras regionais. Com a privatização em 2022, a Eletrobras passou a operar com maior flexibilidade estratégica, mirando novos projetos de energia limpa e expansão internacional.
4. Suzano S.A. (SUZB3)

Maior produtora global de celulose de mercado, a Suzano comanda 2,6 milhões de hectares de terras — dos quais 1,2 milhão são plantados com eucalipto e pinus. Sua capacidade instalada ultrapassa 11 milhões de toneladas anuais de celulose e papel, exportadas para mais de 80 países. A empresa também atua em bioprodutos e biomateriais, buscando posicionar-se como uma potência em soluções sustentáveis de origem florestal.
5. Marfrig Global Foods (MRFG3)

Segunda maior produtora mundial de carne bovina, a Marfrig detém operações em 12 países e é dona de marcas como Montana, Bassi e Viva La Vaca. Além do foco em carne bovina processada e in natura, investe fortemente em proteína alternativa e sustentabilidade, prevendo emissões líquidas zero até 2040. Em 2023, sua receita global ultrapassou os R$ 90 bilhões, com boa parte proveniente das Américas do Norte e do Sul.
6. JBS (JBSS3)

Maior processadora de carnes do planeta, a JBS soma mais de 400 unidades produtivas em cinco continentes. Com presença em carne bovina, suína, aves e agora ovos (após a compra de 50% da Mantiqueira, maior produtora de ovos da América Latina, por R$ 1,9 bilhão), a companhia reportou receita líquida de R$ 360 bilhões em 2023. Controla ainda marcas globais como Seara, Swift e Pilgrim’s Pride, com capacidade de abate diário superior a 200 mil cabeças de gado.
7. Petrobras (PETR3;PETR4)

Apesar de estatal, a Petrobras opera com lógica de holding, dominando ativos em exploração, refino, distribuição e energia. A gigante responde por 70% da produção nacional de petróleo e gás e mantém subsidiárias como a Transpetro (logística), a Petrobras Biocombustível e a BR Distribuidora (Vibra). Em 2024, foi novamente uma das maiores pagadoras de dividendos do mundo, com distribuição recorde de mais de US$ 13 bilhões.
8. Vale (VALE3)

Com valor de mercado de aproximadamente R$ 259 bilhões, a Vale não é uma holding pura, mas opera sob modelo de controladas e coligadas em mineração, energia e logística. É líder mundial na produção de minério de ferro e níquel, com exportações para a China respondendo por quase 50% da receita total. Controla também a MRS Logística, além de joint ventures em siderurgia e energia renovável.
8. BTG Pactual (BPAC11)
Maior banco de investimentos da América Latina, o BTG Pactual possui ativos sob gestão superiores a R$ 1,3 trilhão e um valor de mercado em torno de R$ 124 bilhões. Além do banco, controla empresas de gestão de fortunas, crédito corporativo, infraestrutura e até mercado imobiliário, com participação no FII BTG Pactual Logística (BTLG11). Sua divisão digital BTG+ cresce de forma acelerada no varejo financeiro.
10. Bradesco Holding (BBDC4)

Com valor de mercado estimado em R$ 119 bilhões, o Bradesco é estruturado como uma holding que engloba o banco comercial — com mais de 70 milhões de clientes — e a Bradesco Seguros, maior conglomerado de seguros do Brasil. A holding controla também a Next (banco digital) e a operadora de saúde Bradesco Saúde, ambas com participação crescente nos resultados consolidados do grupo.
Em conjunto, essas 10 holdings dominam setores estratégicos, indo de geração de energia e mineração até bancos multi-serviços e proteína animal.
As maiores holdings do mundo

No âmbito global, várias holdings exercem poder comparável — ou até superior — ao de países inteiros. Destacam-se:
- Berkshire Hathaway (EUA) – Com Warren Buffett à frente, controla Geico, Duracell, Dairy Queen, BNSF, entre outras.
- LVMH (França) – O império do luxo: Louis Vuitton, Dior, Hublot, Bulgari, entre tantos.
- Alphabet Inc. (EUA) – Holding da Google; engloba também Waymo, DeepMind, Verily, entre outras.
- Inditex (Espanha) – Criadora da Zara, controla Massimo Dutti, Bershka, Pull & Bear etc, no varejo fast fashion.
- Tencent Holdings (China) – Holding de tecnologia e mídia: WeChat, jogos online e fintech, atuante na maior capitalização da Ásia.
Esses conglomerados mudam o recorte dos negócios — ultrapassando em valor muitas empresas nacionais. Por exemplo, Berkshire Hathaway conta com um portfólio de mais de 60 empresas, enquanto Alphabet, LVMH e Tencent competem com as maiores petrolíferas e bancos do mundo.
Qual é a maior holding do mundo?
Embora os gigantes acima se disputem esse título, Berkshire Hathaway se destaca como a maior holding do planeta, se medida por valor de mercado (em torno de US$ 800–900 bi em 2025) e amplitude do portfólio .
Sua presença em múltiplos setores — seguros, energia, logística, alimentos, manufatura — lhe confere resiliência e autonomia, dignas de uma maior holding global.
Conexões entre Brasil e mundo
O Brasil abriga holdings relevantes, mas elas ainda sofrem com o gigantismo global. Petrobras e Itaúsa figuram entre as maiores pagadoras de dividendos do mundo, com a estatal pagando cerca de US$ 4,2 bi e Itaú mantendo dividendos robustos. No topo global, porém, estão Microsoft (US$ 22,9 bi), Exxon (US$ 15,6 bi), HSBC (US$ 15,4 bi).
Adicionalmente, vale destacar que nove empresas brasileiras figuram entre as 500 mais da Fortune (2025); Petrobras está em 99º lugar, JBS em 176º e Itaú em 189º. Há uma narrativa clara: as holdings brasileiras são competitivas, mas ainda lutam para conquistar relevância num mercado dominado por conglomerados bilionários internacionais.
O potencial e os limites das maiores holdings do Brasil
As grandes holdings brasileiras — Itaúsa, Ultrapar, Eletrobras, Suzano, JBS e outras — formam o eixo estratégico da economia nacional, controlando ativos em fintechs, energia, mineração, papel, proteína e logística. São estruturas modernas, moldadas para governança, sucessão e eficiência financeira.
Entretanto, quando comparadas às grandes holdings globais — que administram portfólios altamente diversificados com valor de mercado na casa dos trilhões — fica evidente a magnitude do desafio. Para ganhar escala global, as holdings brasileiras precisarão ampliar controle internacional, investir em inovação e articular fusões e aquisições que transcendam fronteiras.
Assim, enquanto Berkshire Hathaway segue como a maior holding do mundo, o Brasil já ocupa seu espaço nas finanças globais. Com governos societários mais fortes, diversificação e visão de longo prazo, nossas holdings têm potencial para moldar o futuro da economia nacional e, quem sabe, do planeta.
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