A recente troca de farpas públicas entre Elon Musk e Donald Trump ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (5/6), quando Musk afirmou que o nome do ex-presidente dos EUA aparece nos arquivos do caso Epstein. Essa declaração reacende a atenção sobre o escândalo envolvendo Jeffrey Epstein, empresário acusado de comandar uma rede internacional de exploração sexual de menores, que abala a elite política e financeira americana.

O que motivou a briga entre Musk e Trump no contexto do caso Epstein?

A tensão entre Elon Musk e Donald Trump aumentou após o empresário afirmar nas redes sociais que Trump está presente nos registros do caso Epstein — uma informação que Musk chamou de “bomba realmente grande”. A fala veio horas depois de Trump criticar Musk publicamente e ameaçar suspender contratos do governo federal com empresas ligadas ao bilionário, como Tesla e SpaceX.

Trump chegou a sugerir que acabar com esses contratos seria uma maneira fácil de economizar bilhões no orçamento público. Essa troca de acusações reflete o fim de uma relação que já foi próxima: Trump já elogiou Musk e defendeu políticas que beneficiaram suas empresas.

O que é o caso Epstein e qual a ligação de Trump?

O caso Epstein refere-se às acusações contra Jeffrey Epstein, um investidor bilionário que, durante anos, manteve uma rede de tráfico e exploração sexual de menores, envolvendo figuras públicas e poderosas. O nome de Donald Trump aparece em documentos do processo contra Epstein, embora ele nunca tenha sido formalmente acusado por crimes relacionados ao empresário.

Em documentos liberados em janeiro de 2024, vítimas do esquema, como Johanna Sjoberg, mencionaram Trump em depoimentos, mas sem evidências que ligassem diretamente o ex-presidente a atos ilegais no contexto do caso. Ainda assim, a associação traz à tona denúncias passadas contra Trump, como acusações de assédio e abuso sexual em diferentes ocasiões.

Quem foi Jeffrey Epstein e como funcionava sua rede?

Jeffrey Epstein era um investidor com conexões poderosas na política, finanças e cultura dos EUA. A partir de 2005, denúncias começaram a surgir contra ele, apontando abuso sexual de menores em suas propriedades. A maioria das vítimas era de comunidades pobres, atraídas por promessas de dinheiro e emprego em troca de “massagens” que frequentemente evoluíam para abusos sexuais.

Em 2008, Epstein fez um acordo controverso com promotores que limitou sua pena a 13 meses de prisão, evitando acusações federais graves. Em julho de 2019, ele foi preso novamente, acusado de tráfico sexual de dezenas de menores, mas foi encontrado morto em sua cela pouco tempo depois.

O papel de Ghislaine Maxwell e outros citados no caso Epstein

Parceira de Epstein, a socialite britânica Ghislaine Maxwell foi condenada em 2022 a 20 anos de prisão por facilitar o abuso sexual de meninas. Ela foi considerada peça chave na operação da rede, recrutando menores, a maioria entre 14 e 17 anos, para Epstein.

Além dela, documentos e depoimentos mencionam outras figuras ligadas ao caso, como o agente de modelos Jean-Luc Brunel, que se suicidou enquanto aguardava julgamento por acusações de estupro, e o governador Bill Richardson, que nega as acusações feitas por uma vítima.