As bolsas americanas iniciaram esta quarta-feira (23), em forte alta, impulsionadas por declarações mais moderadas do presidente Donald Trump sobre Jerome Powell e especulações de possível redução nas tarifas sobre a China.

No entanto, os índices perderam parte do fôlego ao longo do pregão, à medida que incertezas em torno das negociações comerciais e da política monetária voltaram ao radar dos investidores.

Alívio inicial impulsiona Wall Street

No início da manhã, os índices refletiram o otimismo dos investidores. Às 10h33 (horário de Brasília), o Dow Jones avançava 845,30 pontos, ou 2,16%. O S&P 500 subia 142,13 pontos (2,69%) e o Nasdaq ganhava 599,66 pontos (3,68%). A taxa dos títulos do Tesouro de 10 anos também recuava, situando-se em 4,276%.

O otimismo inicial foi reforçado por uma reportagem do Wall Street Journal, que indicava a possibilidade de uma redução nas tarifas americanas sobre produtos chineses, com a aplicação de cortes entre 50% e 60%.

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Sinais de cautela limitam ganhos ao longo do pregão

Apesar da arrancada inicial, os ganhos começaram a perder força ao longo da sessão. A fala do secretário do Tesouro, Scott Bessent, trouxe de volta a cautela aos investidores. Ele afirmou que não houve qualquer proposta unilateral de Trump para reduzir tarifas sobre a China, além de mencionar que um acordo comercial abrangente entre os dois países pode levar até três anos para ser concluído.

Essa perspectiva mais longa para a resolução das tensões comerciais, aliada à incerteza institucional em torno do Fed, contribuiu para uma desaceleração nos índices.

Trump suaviza discurso sobre Powell, mas mantém pressão sobre o Fed

As declarações mais recentes de Trump foram vistas como uma tentativa de acalmar os mercados após os comentários agressivos feitos no início da semana, nos quais chegou a afirmar que a saída de Powell “não poderia acontecer rápido o suficiente”. Na véspera, o presidente adotou tom mais conciliador:

“Este é um momento perfeito para reduzir as taxas de juros. Se ele não fizer isso, é o fim? Não, não é”, afirmou.

A fala foi interpretada como um esforço para preservar a estabilidade do mercado e evitar maiores ruídos institucionais.

Incertezas persistem no radar dos investidores

Embora o alívio momentâneo tenha favorecido os ativos no início da sessão, os riscos relacionados à guerra comercial e à condução da política monetária seguem no centro das preocupações. Analistas ressaltam que, mesmo que Trump não demita Powell, a credibilidade do Fed pode ser colocada em xeque, caso continue havendo pressões políticas frequentes.

Além disso, a sinalização de que as negociações com a China ainda enfrentarão obstáculos prolonga a sensação de instabilidade no cenário econômico global.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com quase 5 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.