IGP-M desacelera para 0,05% na 1ª prévia de abril com recuo do IPA-M
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,05% na primeira prévia de abril, marcando uma desaceleração frente à alta de 0,29% registrada no mesmo período de março.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido por ser amplamente utilizado em reajustes de contratos de aluguel, desacelerou significativamente para 0,05% na primeira prévia de abril de 2025, após registrar alta de 0,29% na mesma leitura de março. A informação foi divulgada nesta terça-feira (8) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A principal influência para o arrefecimento do indicador veio da queda nos preços ao produtor.
Desempenho do IGP-M em abril: queda no IPA-M puxa índice para baixo
A desaceleração do IGP-M foi puxada principalmente pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo – M (IPA-M), que representa cerca de 60% da composição do índice. O IPA-M saiu de uma alta de 0,14% na primeira prévia de março para uma queda de 0,07% em abril. Esse componente reflete a variação de preços no atacado e tem forte impacto sobre o resultado geral do índice.
A retração observada no IPA-M indica uma redução na pressão de custos sobre a cadeia produtiva, o que pode, em médio prazo, aliviar os preços ao consumidor e influenciar decisões de política monetária. Produtos agropecuários e industriais com menores variações de preço contribuíram para esse movimento.
IPC-M também desacelera e contribui para alívio da inflação
Outro componente importante do IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor – M (IPC-M), que mede a variação de preços no varejo, também mostrou desaceleração significativa, passando de 0,77% na primeira prévia de março para 0,28% em abril.
Essa redução no IPC-M aponta para um cenário de menor pressão inflacionária sobre os consumidores. Itens como alimentação, transportes e habitação apresentaram menor variação de preços, ajudando a conter o avanço da inflação na ponta.
Com essa desaceleração, o IPC-M reforça a percepção de que a inflação ao consumidor está mais comportada no início do segundo trimestre, o que pode ser positivo para o poder de compra das famílias e para o planejamento orçamentário dos próximos meses.
INCC-M mantém ritmo e registra alta de 0,50%
O Índice Nacional da Construção Civil – M (INCC-M), terceiro componente do IGP-M, manteve a variação de 0,50% registrada na primeira prévia de março. O INCC-M avalia os custos com materiais, equipamentos e mão de obra na construção civil.
A estabilidade no ritmo de crescimento do INCC-M mostra que o setor da construção continua enfrentando aumentos moderados de custos, sem grandes choques nos preços dos insumos. Esse comportamento contribui para manter previsíveis os investimentos no setor imobiliário e obras de infraestrutura.
Por que o IGP-M desacelerou nesta leitura?
A combinação de queda no IPA-M e desaceleração no IPC-M explica o movimento de arrefecimento do IGP-M em abril. Os preços no atacado, ao recuarem, refletem menor pressão de custos nas cadeias de produção, especialmente no setor industrial e agropecuário. No varejo, a desaceleração da inflação sugere que os consumidores estão enfrentando aumentos de preços mais brandos.
A divulgação da FGV ocorre em um contexto de monitoramento atento da inflação, com impactos diretos sobre decisões de política econômica, como os rumos da taxa Selic, além de influenciar reajustes contratuais e negociações salariais.
IGP-M e o impacto no mercado de aluguéis
Por ser utilizado como referência para reajustes de contratos de aluguel e tarifas públicas, o IGP-M tem impacto direto sobre o bolso do consumidor e sobre as decisões de empresas. A desaceleração para 0,05% na primeira prévia de abril pode significar reajustes mais suaves nos contratos indexados ao indicador, caso a tendência de desaceleração se mantenha nas próximas leituras.