IGP-M acelera em outubro: alta de 1,52% impulsionada por commodities e tarifas de luz
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma alta de 1,52% em outubro, superando a expectativa de 1,48%.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma aceleração inesperada em outubro, registrando uma alta de 1,52%. Este aumento, superior à expectativa de 1,48% dos analistas, foi divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira (30). A alta no índice reflete pressões significativas nos preços de commodities, especialmente carne bovina e minério de ferro, além do impacto da tarifa de eletricidade residencial.
Em setembro, o IGP-M havia avançado apenas 0,62%, mas, com o resultado de outubro, o índice acumula uma alta de 5,59% nos últimos 12 meses. Esta aceleração pode ter implicações diretas para o mercado imobiliário, uma vez que o IGP-M é amplamente utilizado como referência para ajustes em contratos de aluguel e serviços.
A análise de Matheus Dias, economista do FGV IBRE, destaca que “em outubro, além dos efeitos climáticos adversos, houve o impacto da demanda global por commodities”, sublinhando como fatores externos influenciam a economia brasileira.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que compõe 60% do IGP-M e mede a variação dos preços no atacado, subiu 1,94% em outubro, superando os 0,70% registrados no mês anterior. Essa elevação foi impulsionada por aumentos expressivos nos preços de commodities, como:
- Bovinos: +11,33% (frente a +4,07% em setembro)
- Minério de ferro: +7,20% (contra -6,01% no mês anterior)
- Soja em grão: +4,63% (ante +2,59% em setembro)
Além das commodities, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, também contribuiu para a alta geral, com um aumento de 0,42% em outubro, superior ao crescimento de 0,33% em setembro. O grupo Habitação destacou-se, apresentando uma elevação de 1,35%, com um aumento significativo de 5,51% nas tarifas de eletricidade residencial, que impactou diretamente o bolso dos consumidores.
Essa alta nas tarifas de energia reflete tanto a variação dos custos de produção quanto fatores climáticos que afetam a geração de eletricidade, especialmente em um cenário de seca que prejudica as hidrelétricas, fontes principais de energia do Brasil.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também registrou uma alta, passando para 0,67% em outubro, comparado a 0,61% em setembro. Esse índice é crucial, pois mede o custo da construção civil e pode influenciar investimentos em infraestrutura e habitação, refletindo diretamente na economia do país.
A aceleração do IGP-M em outubro indica uma pressão inflacionária crescente no Brasil, que pode levar o Banco Central a reconsiderar sua política monetária. A inflação elevada, impulsionada por fatores externos e internos, poderá resultar em ajustes nas taxas de juros, impactando o crédito e o consumo.
Os resultados do IGP-M são coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência, o que garante que o índice seja uma representação fiel das variações de preços em um período específico.