A agenda econômica da semana traz eventos que devem movimentar os mercados globais e domésticos. Com destaque para os dados de inflação nos EUA, a divulgação do IPCA no Brasil e a ata do Federal Reserve, os próximos dias prometem decisões estratégicas por parte dos investidores.

O cenário global permanece sensível a qualquer sinal de mudança nas políticas monetárias das maiores economias do mundo, e os dados agendados para esta semana serão determinantes para a calibragem das expectativas quanto a juros e crescimento.

Inflação nos EUA domina a cena internacional

A atenção do mercado internacional estará concentrada na inflação nos EUA, com a divulgação de dois indicadores-chave: o Índice de Preços ao Consumidor (CPI), na quinta-feira (10), e o Índice de Preços ao Produtor (PPI), na sexta-feira (11). Ambos os indicadores são fundamentais para avaliar a pressão inflacionária e entender o comportamento dos preços na maior economia do mundo.

Além dos dados de inflação, a ata da mais recente reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), marcada para quarta-feira (09), poderá oferecer sinais sobre o futuro da política monetária norte-americana. Investidores acompanham de perto qualquer indicação de alta ou manutenção dos juros, já que isso impacta diretamente as bolsas, moedas emergentes e os mercados de commodities.

Os dados da inflação nos EUA ganham ainda mais importância em um contexto em que o Federal Reserve busca equilibrar crescimento e estabilidade de preços, o que torna a política monetária altamente sensível a qualquer oscilação inflacionária.

IPCA e IBC-Br encerram a semana no Brasil

No cenário doméstico, a sexta-feira (11) trará dois dos indicadores mais aguardados pelos investidores brasileiros: o IPCA, medido pelo IBGE, e o IBC-Br, calculado pelo Banco Central.

O IPCA é o principal índice de inflação no Brasil e influencia diretamente as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic. Um resultado acima do esperado pode adiar novos cortes nos juros, enquanto um dado mais benigno reforça a trajetória de afrouxamento monetário.

Já o IBC-Br funciona como uma espécie de prévia do PIB e será crucial para avaliar o ritmo da atividade econômica no início de 2025. Ambos os dados serão divulgados às 9h e devem influenciar diretamente o comportamento do mercado financeiro brasileiro, especialmente o câmbio e os juros futuros.

Expectativas fiscais e monetárias no radar

Durante a semana, o Banco Central divulgará dois documentos relevantes para o cenário macroeconômico:

  • Na terça-feira (08), a nota à imprensa sobre política fiscal oferecerá uma visão atualizada das contas públicas, em um momento em que o governo busca sinalizar compromisso com o ajuste fiscal.
  • Já na quarta-feira (09), será a vez da nota sobre política monetária e operações de crédito, trazendo dados sobre concessão de crédito e posicionamento da autoridade monetária diante do atual ciclo de juros.

Essas publicações são acompanhadas de perto pelo mercado por ajudarem a antever os próximos passos do Copom e o ritmo de recuperação econômica.

Indicadores setoriais oferecem leitura da economia brasileira

Ao longo da semana, diversos dados setoriais serão divulgados, compondo um panorama mais detalhado da economia nacional:

  • Terça-feira (08): O IBGE apresenta a Pesquisa Industrial Mensal Regional, enquanto a Anfavea divulga os dados de produção e vendas de veículos.
  • Quarta-feira (09): Sai a Pesquisa Mensal de Comércio, também do IBGE, que revela o desempenho do varejo.
  • Quinta-feira (10): A agenda traz a Pesquisa Mensal de Serviços, além do levantamento da Conab sobre a safra 2024/2025.

Esses indicadores ajudam a entender como setores como indústria, varejo e serviços estão contribuindo para a retomada da atividade econômica.

Relatório Focus e dados externos completam o cenário

A semana começa com a divulgação do Relatório Focus, na segunda-feira (07), consolidando as projeções do mercado para inflação, PIB, câmbio e juros. O documento, publicado semanalmente pelo Banco Central, serve como importante termômetro das expectativas dos analistas econômicos.

No exterior, além da inflação nos EUA, também serão divulgados:

  • CPI da Alemanha (sexta-feira): essencial para medir a inflação na maior economia europeia.
  • Vendas no varejo da Zona do Euro (segunda-feira): indicador da força do consumo no bloco.
  • Inflação da China (quarta-feira à noite): CPI e PPI chineses serão observados de perto por seu impacto nas cadeias globais.