Ações da Americanas (AMER3) desabam mais de 20% após resultados financeiros de 2024
As ações da Americanas (AMER3) sofreram uma queda significativa de mais de 20% após a empresa registrar um prejuízo de R$ 586 milhões no 4º trimestre de 2024, um contraste com o lucro de R$ 2,56 bilhões no mesmo período de 2023.
Ações da Americanas (AMER3) desabam mais de 20% após resultados financeiros de 2024
As ações da Americanas (AMER3) sofreram uma queda abrupta de mais de 20% após a divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2024 (4T24), refletindo a pressão do processo de recuperação judicial e os custos relacionados a esse momento delicado da empresa. O impacto foi imediato, com os papéis caindo para R$ 6,85 às 10h40 (horário de Brasília) desta quinta-feira, 27 de março de 2025. O mercado reagiu negativamente ao prejuízo significativo reportado pela varejista, o que gerou incertezas sobre o futuro da companhia.
Prejuízo no 4T24
No quarto trimestre de 2024, a Americanas registrou um prejuízo líquido de R$ 586 milhões, contrastando com o lucro de R$ 2,56 bilhões apurado no mesmo período de 2023. Esse resultado negativo foi atribuído principalmente aos altos custos envolvidos no processo de recuperação judicial, que a empresa ainda enfrenta desde o escândalo de fraude contábil de 2023. De acordo com a CFO da empresa, Camille Faria, a maior parte do prejuízo foi originada pelas despesas com a reestruturação da dívida e o impacto das operações ligadas à recuperação judicial. Esses fatores pesaram consideravelmente no desempenho da varejista no último trimestre de 2024.
Lucro no acumulado do ano
Apesar do prejuízo no último trimestre, o desempenho anual da Americanas apresenta uma luz no fim do túnel. A varejista fechou 2024 com um lucro de R$ 8,231 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,272 bilhões registrado no ano anterior. Este resultado positivo foi influenciado por um fator importante: o reconhecimento de receita financeira proveniente da reestruturação da dívida, com um forte impacto no balanço do terceiro trimestre de 2024. A diminuição dos encargos financeiros, fruto dos cortes na dívida bilionária com os bancos, ajudou a melhorar o resultado do ano, apesar das dificuldades operacionais que persistem.
Evolução do Ebitda
A geração de caixa, medida pelo Ebitda, continua sendo uma preocupação para a Americanas. No 4T24, o Ebitda foi de R$ -232 milhões, ainda negativo, mas com uma melhora em relação ao mesmo período de 2023, quando o valor foi de R$ -1,3 bilhão. Isso indica uma leve recuperação, mas longe de um cenário saudável para a companhia.
Quando se analisa o Ebitda ajustado, considerando o pagamento de aluguéis, o valor ainda ficou negativo em R$ -58 milhões. Contudo, essa performance também representou uma significativa recuperação frente ao R$ -1,441 bilhão registrado no 4T23.
Porém, no acumulado de 2024, o Ebitda foi de R$ 1,66 bilhão, revertendo o Ebitda negativo de R$ 2,73 bilhões em 2023, demonstrando uma recuperação em relação ao ano anterior, mas ainda com desafios pela frente.
Queda na receita
A receita líquida da Americanas no 4T24 foi de R$ 4,369 bilhões, representando uma queda de 4,5% em relação aos R$ 4,573 bilhões registrados no mesmo trimestre de 2023. No total de 2024, a receita anual somou R$ 14,349 bilhões, o que significou uma redução de 2,8% em comparação com os R$ 14,759 bilhões do ano anterior.
Apesar da retração, a companhia tem tentado apresentar sinais de recuperação, com o presidente Leonardo Coelho destacando que, para os próximos trimestres, espera-se uma performance superior em relação a 2023. O objetivo é que, gradualmente, a empresa consiga melhorar suas operações e apresentar um desempenho mais consistente.