O setor de serviços no Brasil registrou um recuo de 0,2% em janeiro de 2025, depois de ter mostrado estabilidade em dezembro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho do setor ficou abaixo das expectativas dos analistas, que projetavam uma leve queda de 0,1% no primeiro mês do ano.

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Impacto no setor de transportes

A principal causa da retração do setor de serviços em janeiro foi a queda acentuada na atividade do setor de transportes. O segmento enfrentou perdas em diversas áreas, incluindo o transporte dutoviário, aéreo, rodoviário coletivo de passageiros, ferroviário de cargas e os serviços de correios. Esses segmentos, que desempenham um papel vital na movimentação de mercadorias e pessoas no Brasil, sofreram com uma queda nos volumes de serviços prestados, impactando diretamente o índice geral do setor.

O recuo foi particularmente significativo no transporte aéreo e rodoviário coletivo de passageiros, cujas quedas indicam um enfraquecimento no tráfego de pessoas, o que reflete as incertezas econômicas enfrentadas pela população, além de potenciais efeitos sazonalidades nas viagens.

Crescimento do setor de serviços em 2024

Apesar da queda registrada em janeiro, o setor de serviços fechou 2024 com um crescimento robusto de 3,1%. Esse desempenho positivo foi impulsionado pela recuperação econômica e pelo desemprego em níveis historicamente baixos, fatores que ajudaram a aquecer a demanda por serviços em diversas áreas, como comércio e serviços financeiros.

O bom desempenho de 2024 foi amplamente favorecido pela melhora na economia, o que refletiu no aumento das contratações e no maior poder de consumo dos brasileiros. No entanto, com o cenário global mais desafiador e os primeiros sinais de desaceleração no final do ano, a perspectiva para o início de 2025 acabou sendo mais modesta.

Sinais de desaceleração do setor de serviços

O setor de serviços, embora tenha fechado 2024 de maneira positiva, começou a sinalizar uma desaceleração no final do ano passado, após o pico de crescimento registrado em outubro. O setor enfrentou uma queda em novembro, seguido de estabilidade em dezembro e mais um recuo em janeiro de 2025. Este ciclo de baixa está sendo acompanhado com atenção, pois ele pode ser um reflexo de um enfraquecimento da atividade econômica ou até mesmo de uma base de comparação elevada.

De acordo com Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa do IBGE, os últimos três meses do setor de serviços resultaram em uma perda acumulada de 1,1%. Esse resultado pode ser justificado pela alta margem de comparação com o mesmo período de 2024. Lobo também apontou que, embora o desempenho negativo em janeiro tenha sido notável, ele não significou um colapso, já que o desempenho do setor ficou próximo da estabilidade, com três das cinco atividades investigadas apresentando resultados negativos.