Setor de serviços no Brasil registra queda de 0,4% em agosto, revela IBGE
O setor de serviços do Brasil apresentou uma queda de 0,4% em agosto de 2024, marcando a primeira retração desde fevereiro. Apesar disso, o volume de serviços cresceu 1,7% em comparação a agosto de 2023 e 2,7% no acumulado do ano.

O setor de serviços no Brasil enfrentou um revés em agosto de 2024, com uma queda de 0,4%, a primeira desde fevereiro deste ano. Essa retração, que se seguiu a um crescimento de 1,2% em julho, foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11). Apesar do resultado negativo mensal, o cenário anual ainda apresenta um crescimento de 1,7% em relação a agosto de 2023, evidenciando um comportamento misto no setor.
Em agosto, o volume de serviços apresentou uma diminuição significativa. O que preocupa os analistas é que, além da queda de 0,4%, os dados vieram abaixo das expectativas do mercado, que projetava uma alta de 0,2%. Essa desaceleração é importante, pois reflete as pressões econômicas e as mudanças nas demandas de consumo.
Apesar dessa queda, a comparação anual mostra um crescimento de 1,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Este é o quinto resultado positivo nessa análise. No acumulado do ano, o volume de serviços avançou 2,7% em relação ao mesmo período de 2023, enquanto o indicador dos últimos 12 meses também subiu 1,9%, repetindo as taxas de junho e julho.
Essa análise indica que, embora o setor de serviços tenha enfrentado um obstáculo em agosto, sua trajetória no ano continua positiva, refletindo um crescimento contínuo em comparação ao mesmo período de 2023.
Desempenho setorial: avanços e retrocessos
Os dados do IBGE mostram que a queda no volume de serviços foi impulsionada principalmente por dois setores específicos. O segmento de informação e comunicação teve uma retração de 1,0%, recuperando parte do crescimento acumulado de 3,7% nos dois meses anteriores. Já o setor de transportes viu uma diminuição de 0,4%, marcando a segunda taxa negativa consecutiva, com um total de perda de 2,0% nos últimos meses.
Em contrapartida, houve crescimento em outros setores que ajudaram a equilibrar a balança. Os outros serviços registraram um avanço de 1,4%, enquanto os serviços prestados às famílias cresceram 0,8%. Esses segmentos mostraram resiliência e expansão no volume de serviços, indicando que ainda há áreas dentro do setor que continuam a prosperar.
O setor de profissionais, administrativos e complementares manteve-se estável, sem variações significativas, apresentando uma taxa de crescimento de 0,0%.
Comparação com períodos anteriores e expectativas futuras
Os dados mensais também revelam que o setor de serviços está 15,0% acima do nível de fevereiro de 2020, antes da pandemia. No entanto, a comparação com o pico histórico registrado em julho de 2024 mostra uma ligeira queda de 0,4%. Esses números indicam que, apesar de um crescimento geral, o setor ainda enfrenta desafios para manter seu impulso.
As expectativas futuras são um ponto de interesse para analistas e economistas. O desempenho abaixo do esperado em agosto levanta questões sobre o comportamento do consumo e os possíveis impactos das políticas econômicas atuais. Além disso, as incertezas em torno de fatores econômicos, como inflação e taxa de juros, podem influenciar a confiança do consumidor e, consequentemente, o desempenho do setor de serviços nos próximos meses.