No painel “Perspectivas para o Crédito Privado em 2025” do Smart Summit 2025, dois especialistas do mercado financeiro compartilharam suas análises sobre o cenário econômico e as oportunidades para o crédito privado no próximo ano. Ricardo Nunes, CIO de Crédito e Wealth da Paramis, e Rafael Bellas, Coordenador de Produtos na Diretoria de Alocação da InvestSmart, discutiram as expectativas para o setor, destacando os desafios e oportunidades para investidores. Continue lendo!

Selic alta e crédito privado: um cenário promissor?

Ricardo Nunes iniciou o painel analisando o cenário econômico de 2024, marcado por uma inflação que surpreendeu o mercado e uma situação fiscal delicada. Esse contexto levou a uma Selic alta, o que, segundo ele, “os fundos de créditos são mais atraídos por serem menos voláteis. O resultado é positivo para o fundo de crédito”, destacou Nunes, reforçando que esse movimento trouxe um cenário mais saudável para a alocação de crédito em 2025.

Ao analisar o desempenho setorial em 2024, Nunes destacou desafios em dois setores específicos: health care e agronegócio. Ele explicou que o setor de health care enfrentou dificuldades com o aumento de glosas, impactando negativamente o fluxo de caixa das empresas.

Já o agronegócio, segundo Nunes, “cresceu de maneira desordenada” e não estava alinhado ao mercado de capitais. Com a expansão do Fiagro, “muitos captaram recursos sem o devido conhecimento e avaliação de risco de crédito, o que prejudicou o desempenho do setor”, comentou.

Por outro lado, “setores de infraestrutura, como concessões rodoviárias, portuárias e transmissoras de energia, mostraram resultados positivos”, ressaltou Nunes. Esses setores se destacaram por trabalharem com contratos de longo prazo e reajustes atrelados à inflação, além de oferecerem isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que aumentou sua atratividade para investidores.

Desafios e oportunidades para 2025

Quando questionado por Rafael Bellas sobre as oportunidades no crédito privado para 2025, Nunes ressaltou que o ano será desafiador, especialmente devido à manutenção da Selic em patamares elevados. Esse cenário, segundo ele, traz um risco maior de inadimplência, o que exige maior seletividade na escolha dos gestores de fundos de crédito.

Apesar dos desafios, Nunes acredita que há boas oportunidades no horizonte. Para ele, o papel do gestor de crédito será essencial em 2025, não apenas na escolha dos ativos, mas também na transparência do processo de investimento. “É importante mostrar um processo de investimento bem definido em fundos de crédito”, destacou.

Diante desse cenário, tanto Nunes quanto Bellas concordam que a escolha criteriosa de fundos de crédito será um diferencial para investidores em 2025. A volatilidade reduzida em comparação com outros ativos, aliada a retornos potencialmente atraentes devido à Selic alta, torna o crédito privado uma alternativa interessante para diversificação de portfólio.

No entanto, a necessidade de um processo de investimento bem estruturado e a escolha de setores resilientes serão essenciais para mitigar riscos e aproveitar as oportunidades no mercado de crédito privado em 2025. “É importante mostrar um processo de investimento bem definido” em fundos de crédito”, recomendou Nunes.

O painel “Perspectivas para o Crédito Privado em 2025” do Smart Summit 2025 destacou um cenário desafiador, mas promissor para o setor. A visão de Ricardo Nunes e Rafael Bellas oferece um panorama completo para investidores que buscam entender as dinâmicas do mercado de crédito privado no Brasil.

E você, está preparado para aproveitar as oportunidades no crédito privado em 2025?

Carolina Gandra

Jornalista do portal Melhor Investimento, especializada em criptomoedas, ações, tecnologia, mercado internacional e tendências financeiras. Transforma temas complexos como blockchain, inteligência artificial e estratégias de mercado em conteúdos acessíveis e envolventes. Com análises atuais e visão estratégica, ajuda leitores a decifrar o futuro dos investimentos e identificar oportunidades no mercado financeiro.