IGP-M de janeiro sobe 0,27%, acima do esperado, e mostra desaceleração menor da inflação
O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) de janeiro de 2025 registrou uma alta de 0,27%, superando a previsão do mercado de 0,2%.

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou alta de 0,27% em janeiro de 2025, superando a expectativa dos analistas, que previam um aumento de 0,2%. O dado divulgado nesta quinta-feira, 30, pela Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que o índice, que mede a inflação no atacado, no varejo e na construção civil, continua sua trajetória de elevação, acumulando alta de 6,75% nos últimos 12 meses.
Desaceleração da inflação ao produtor
Em janeiro, a inflação ao produtor desacelerou de maneira significativa, principalmente devido à queda nos preços de itens como soja, gado bovino e suínos. A variação no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) foi de 0,24%, marcando uma desaceleração expressiva em relação ao aumento de 1,21% registrado em dezembro de 2024. Este índice representa cerca de 60% do total do IGP-M, sendo essencial para a compreensão do impacto da inflação nas indústrias e produtores.
O economista André Braz, da FGV, explicou que a desaceleração da inflação ao produtor foi impulsionada pela forte queda nos preços das matérias-primas brutas, que passaram de uma alta de 2,35% em dezembro para uma queda de 0,75% em janeiro. Entre os itens que mais impactaram essa desaceleração estão a soja (-5,71%), os bovinos (-2,17%) e os suínos (-11,24%). Esses produtos, de extrema importância para a cadeia de produção no Brasil, evidenciam a volatilidade de preços que afeta diretamente o custo de vida e a inflação geral.
Desempenho do Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que tem peso de 30% no cálculo do IGP-M, teve uma leve aceleração em janeiro, registrando alta de 0,14%, contra 0,12% em dezembro. Embora a alta tenha sido discreta, a inflação no setor de alimentação apresentou variação expressiva, com destaque para o subitem tomate, que subiu 20,33% no mês, após uma queda de 5,18% em dezembro.
Essas flutuações no setor de alimentos são um reflexo das condições climáticas e das flutuações sazonais que impactam diretamente o abastecimento de produtos essenciais no mercado brasileiro. A alta dos alimentos é um fator que exige monitoramento contínuo, já que representa uma parte significativa do orçamento das famílias brasileiras.
Inflação no setor da construção
Outro componente importante do IGP-M é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que, em janeiro, subiu 0,71%, um aumento em relação aos 0,51% registrados no mês anterior. Este índice mede a variação dos custos de construção civil e afeta diretamente o setor imobiliário e a capacidade de investimento em infraestrutura no Brasil.
A aceleração do INCC em janeiro reflete o impacto dos custos com materiais de construção e mão de obra, fatores essenciais para o desenvolvimento do mercado imobiliário e da construção em geral. O aumento no INCC é algo a ser acompanhado de perto, pois pode influenciar as decisões dos consumidores e investidores no setor.
O impacto econômico do IGP-M
Com o resultado de janeiro, o IGP-M segue sua trajetória de alta, acumulando 6,75% nos últimos 12 meses. Esse dado, além de indicar a inflação no atacado, no varejo e na construção civil, serve como termômetro para as expectativas de inflação futura e pode influenciar decisões econômicas importantes, como ajustes de preços e negociações salariais.
A desaceleração observada no setor de produção, especialmente no que se refere aos preços das matérias-primas brutas, pode indicar que a inflação ao produtor está se estabilizando, o que poderia reduzir a pressão sobre o consumidor nos próximos meses. No entanto, a aceleração da inflação no setor de alimentos e construção civil pode manter a pressão sobre os preços no varejo e na construção, impactando diretamente o poder de compra da população.