Impeachment de Lula: o pedido já reúne 92 assinaturas; Entenda as controvérsias do Programa Pé-de-Meia
O pedido de impeachment do presidente Lula, liderado pelo deputado Rodolfo Nogueira, já conta com 92 assinaturas e é motivado por irregularidades apontadas pelo TCU no programa Pé-de-Meia.
Impeachment de Lula: o pedido já reúne 92 assinaturas; Entenda as controvérsias do Programa Pé-de-Meia
O pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já reúne 92 assinaturas de deputados, gerando um cenário tenso no Congresso Nacional. O principal motivo para essa movimentação está nas irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no programa Pé-de-Meia, um auxílio estudantil criado para incentivar a permanência de jovens no Ensino Médio. Os opositores do governo alegam que houve crime de responsabilidade fiscal, e a acusação é de que o presidente Lula teria utilizado recursos não previstos no orçamento para financiar o programa.
O que motivou o pedido de impeachment?
Em 26 de dezembro de 2024, o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) formalizou um pedido de impeachment de Lula, com base em uma possível pedalada fiscal envolvendo o programa Pé-de-Meia. O TCU já havia emitido uma decisão cautelar em 22 de janeiro de 2024, suspendendo a execução de R$ 6 bilhões do programa devido a indícios de que o governo estaria utilizando recursos de forma irregular, sem o devido reconhecimento no orçamento federal.
Essa situação gera uma crise para o governo, que, além de ter que lidar com o bloqueio de recursos pelo TCU, agora enfrenta o pedido de impeachment, que se sustenta na alegação de que o presidente cometeu uma infração fiscal ao driblar os limites orçamentários.
Como o impeachment pode avançar?
O pedido de impeachment ainda precisa passar por várias etapas antes de ser efetivamente julgado no Congresso. Após a formalização do pedido, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, deve decidir se levará a proposta à análise. Se o impeachment for aceito, será necessário o apoio de 171 deputados para que o processo ganhe força e siga para o Senado. Portanto, o apoio dos 92 parlamentares que assinaram o pedido representa um passo importante, mas ainda não suficiente para garantir que o impeachment avance para a próxima fase.
Veja quem são as 92 assinaturas:
- Rodolfo Nogueira
- Bibo Nunes
- Evair Vieira de Melo
- Sanderson
- Messias Donato
- Delegado Paulo Bilynskyj
- Daniela Reinehr
- Carol De Toni
- Rodrigo Valadares
- Gustavo Gayer
- Mario Frias
- Delegado Éder Mauro
- Kim Kataguiri
- Sargento Gonçalves
- Zucco
- Mauricio Marcon
- Coronel Meira
- Ramagem
- Eduardo Bolsonaro
- Coronel Assis
- Alberto Fraga
- Zé Trovão
- Rosangela Moro
- Silvia Waiãpi
- Júlia Zanatta
- Gilvan da Federal
- José Medeiros
- Bia Kicis
- Adilsin Barroso
- Dra. Mayra Pinheiro
- Cel. Chrisóstomo
- Sóstenes Cavalcante
- Dep. Nicoletti
- Sargento Fahur
- General Girão
- Capitão Alden
- Nikolas Ferreira
- 38 – Zé Vitor
- Maurício Souza
- Coronel Fernanda
- Delegado Caveira
- Marcelo Moraes
- Carlos Jordy
- Nelson Barbudo
- Any Ortiz
- Franciane Bayer
- Eros Biondini
- Filipe Martins
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança
- Dayany Bittencourt
- Carla Zambelli
- Paulinho Freire
- Marcel van Hattem
- Capitão Alberto Neto
- Marcos Pollon
- Dr. Luiz Ovando
- Rodrigo da Zaeli
- Pastor Eurico
- Gilberto Silva
- Domingos Sávio
- Dr. Frederico
- Luiz Lima
- Rosana Valle
- Roberto Duarte
- Felipe Francischini
- Helio Lopes
- Coronel Ulysses
- Nelsinho Padovani
- André Fernandes
- Pezenti
- Fernando Rodolfo
- Junio Amaral
- Passarinho
- Delegado Palumbo
- Delegado Fábio Costa
- Geovania de Sá
- Zacharias Cálil
- Dr Jaziel
- Daniel Trzeciak
- Gen Pazuello
- Clarissa Tércio
- Cristiane Lopes
- Pastor Diniz
- Pr. Marco Feliciano
- Rodrigo Estacho
- Marcelo Álvaro Antônio
- Daniel Agrobom
- Magda Mofatto
- Thiago Flores
- Giovani Cherini
- Filipe Barros
- Silvia Cristina
A crise do Programa Pé-de-Meia e a reação do governo
O programa Pé-de-Meia foi criado em 2023 com o objetivo de incentivar a permanência de estudantes do Ensino Médio na escola. Ele funciona como uma poupança estudantil, com valores de até R$ 9.200 por estudante, dependendo de critérios como presença em sala de aula, aprovação nas matérias e a comprovação de baixa renda familiar. No entanto, a denúncia fiscal aponta que a execução do programa teria ocorrido sem o devido controle orçamentário, usando fundos privados da Caixa Econômica Federal para realizar os repasses, uma estratégia que estaria sendo utilizada para contornar os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
O Tribunal de Contas da União (TCU), após análise, apontou que o governo estaria burlando a Lei de Responsabilidade Fiscal e, em 17 de janeiro de 2024, determinou o bloqueio de 80% da verba do programa, um total de R$ 6 bilhões. O bloqueio foi uma medida preventiva, atendendo a um pedido do Ministério Público, que acusou o governo de realizar despesas sem a devida autorização orçamentária.
O governo, por sua vez, refuta as acusações, alegando que as transferências de recursos para o programa foram devidamente autorizadas pelo Congresso Nacional sob a forma de verba extraordinária. A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com um recurso junto ao TCU, argumentando que o bloqueio é resultado de um erro de interpretação por parte dos auditores fiscais e que a suspensão pode causar sérios prejuízos aos estudantes beneficiados pelo programa.
Repercussão no congresso e entre os parlamentares
A crise envolvendo o programa Pé-de-Meia e o pedido de impeachment de Lula ganhou destaque nas redes sociais, especialmente com a publicação do deputado Rodolfo Nogueira, que usou sua conta no X (ex-Twitter) para informar a adesão de novos parlamentares ao requerimento. Entre os 92 signatários, destacam-se nomes da oposição como Eduardo Bolsonaro, Kim Kataguiri, Carla Zambelli, Bia Kicis e Zé Trovão, além de outros parlamentares que têm se posicionado contra o governo petista.
Esses deputados argumentam que o uso indevido de recursos públicos e a suposta irregularidade fiscal no programa constituem um crime de responsabilidade, já que o governo federal não respeitou os limites orçamentários estabelecidos pela legislação. O número de assinaturas deve continuar a crescer, o que pode aumentar a pressão sobre o presidente da Câmara para levar o pedido de impeachment a plenário.