Dólar desaba 1,4% e atinge R$ 5,94, menor valor desde novembro de 2024
O dólar encerrou o dia em queda de 1,4%, atingindo o valor de R$ 5,94, o menor desde novembro de 2024.
Dólar desaba 1,4% e atinge R$ 5,94, menor valor desde novembro de 2024
O dólar à vista caiu 1,4% e fechou a R$ 5,9455 nesta segunda-feira, 22 de janeiro de 2025, marcando o menor patamar desde 27 de novembro de 2024. O movimento foi impulsionado por fatores globais, especialmente pelas declarações de Donald Trump sobre tarifas à China, e pela dinâmica no mercado cambial brasileiro, que se destacou entre as principais moedas líquidas do mundo. Este alívio no mercado de câmbio é um reflexo de uma série de fatores que envolvem não apenas a política externa, mas também o cenário econômico local.
Cenário global e a influência de Donald Trump
O alívio no mercado financeiro foi notável, com o dólar registrando uma queda significativa após a sinalização de Donald Trump de que as tarifas impostas à China poderiam ser menores do que o esperado. Embora ainda não esteja claro o que acontecerá com as negociações comerciais, a expectativa do mercado foi ajustada com base nas recentes declarações, o que gerou um cenário mais favorável para as moedas emergentes.
O impacto dessa sinalização foi global, mas mais pronunciado nos mercados latino-americanos, especialmente no Brasil. O real se destacou entre as 33 moedas mais líquidas do mundo, apresentando o melhor desempenho do dia. Esse movimento pode ser atribuído tanto à incerteza reduzida sobre a guerra comercial quanto a uma pressão técnica no mercado de câmbio.
Fatores técnicos e fluxo de investidores estrangeiros
Além do fator político, analistas de mercado mencionaram o ajuste técnico como um fator adicional que impulsionou a valorização do real. Quando o dólar ultrapassa certos patamares psicológicos, como os R$ 6,00, há uma pressão natural para que o mercado se ajuste, o que pode ter ocorrido durante esta sessão.
Outro fator mencionado foi a entrada de fluxo estrangeiro no Brasil. Embora não seja o principal motivador da valorização do real neste momento, a expectativa de investidores estrangeiros em relação à estabilidade política e econômica brasileira pode ter influenciado esse movimento. No entanto, é importante observar que dados do Banco Central indicam uma saída líquida de US$ 3,8 bilhões até agora, o que sugere que o fluxo de capitais não está ainda tão positivo quanto o esperado.
O real e sua atratividade para investidores internacionais
A dinâmica cambial no Brasil foi influenciada por uma série de fatores internos, especialmente a postura do Banco Central brasileiro. As ações de contenção da volatilidade no mercado cambial, como os leilões de linha realizados pelo BC, ajudaram a criar um ambiente mais previsível para os investidores. Além disso, a recente elevação da taxa de juros também tornou o real mais atraente, principalmente para investidores que buscam retornos mais altos em comparação a outros mercados emergentes.
Outro fator importante para a atratividade do Brasil é a volatilidade reduzida no câmbio, que também tem sido resultado das ações do Banco Central no final de 2024. Essas medidas ajudam a diminuir a percepção de risco e aumentam a confiança dos investidores internacionais, que podem estar buscando uma maior exposição ao Brasil neste começo de ano.
Fluxo de dólares e a situação econômica brasileira
Apesar do alívio no mercado cambial, o fluxo de dólares para o Brasil ainda apresenta um quadro misto. Dados divulgados recentemente pelo Banco Central mostram uma saída líquida de US$ 3,8 bilhões até o momento. Isso inclui a saída de US$ 2,1 bilhões via conta financeira e US$ 1,7 bilhão pela conta comercial. Embora o primeiro trimestre do ano seja tradicionalmente marcado por entradas de recursos, os dados até o momento sugerem que o câmbio não está sendo beneficiado por essa dinâmica.
Além disso, a reação do mercado às declarações de Trump também reflete a percepção de que, até o momento, o comércio exterior tem ficado em segundo plano, com a imigração sendo um tema mais proeminente na agenda do presidente americano. Isso beneficiou principalmente as economias mais conectadas à China, como o Brasil, que, segundo analistas, tem sido menos impactado pelas questões migratórias do que outros países latino-americanos, como o México.