O dólar comercial caiu para cerca de R$ 5,27 nesta terça-feira (11), o menor patamar de 2025, refletindo tanto um ambiente externo mais favorável quanto fatores internos pontuais. A expectativa de que o Federal Reserve adote uma postura mais cautelosa tem reduzido a força global da moeda americana, enquanto o diferencial de juros brasileiro segue atraindo capital estrangeiro.

Segundo Jaqueline Neo, head de câmbio e especialista em Câmbio e Comércio Exterior da Be.smart, o movimento também reflete “uma percepção de algum compromisso fiscal e um tom mais equilibrado no debate eleitoral, o que reforça a confiança no real”.

“Ainda assim, o movimento parece mais corretivo do que estrutural. O câmbio segue sensível a mudanças no apetite por risco e a ruídos políticos. Um eventual ajuste no cenário internacional ou incertezas fiscais internas poderiam facilmente levar a cotação de volta à faixa de R$ 5,50”, afirma Jaqueline.

O que explica a queda do dólar

Segundo a especialista, a desvalorização da moeda americana é influenciada por três fatores principais:

  1. Expectativa de juros menores nos EUA, com o Fed sinalizando cautela nas próximas decisões.
  2. Fluxo de capital estrangeiro atraído pelos juros ainda elevados no Brasil.
  3. Ambiente político doméstico mais estável, que reduz o risco percebido pelos investidores.

Como empresas e investidores devem agir

Para empresas com exposição cambial, o momento é propício para rever estratégias de hedge e travar parte das posições.
Investidores, por sua vez, podem diversificar portfólios com ativos internacionais como forma de proteção.

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“Quem planeja viagens ou importações pode antecipar compras enquanto o real se mantém valorizado”, orienta Jaqueline Neo. “Já exportadores devem ajustar margens e prazos contratuais para compensar possíveis perdas de competitividade com a moeda mais forte”, complementa.

Perspectivas para o câmbio

Apesar da trégua, analistas ainda veem volatilidade à frente. Mudanças no cenário global, especialmente no ritmo de cortes de juros nos EUA, e incertezas fiscais internas podem devolver pressão à moeda americana.

Por ora, a cotação do dólar segue na casa dos R$ 5,30, sustentada por um cenário de alívio momentâneo.

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Pedro Gomes

Jornalista formado pela UniCarioca, com experiência em esportes, mercado imobiliário e edtechs. Desde 2023, integra a equipe do Melhor Investimento.