A Camil Alimentos (CAML3) divulgou seus resultados financeiros para o terceiro trimestre fiscal de 2024, encerrado em novembro. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 44,4 milhões, uma queda expressiva de 69% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Apesar do recuo no lucro, a companhia alcançou uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões, um crescimento de 3% ante o terceiro trimestre de 2023. O desempenho revelou um cenário desafiador para a empresa, com impactos nos custos das vendas e serviços e o aumento do endividamento.

Desempenho financeiro: o que aconteceu no trimestre?

No terceiro trimestre fiscal de 2024, a Camil Alimentos registrou um lucro líquido de R$ 44,4 milhões, marcando uma queda de 69% em relação ao mesmo período de 2023. A redução nos lucros foi influenciada por diversos fatores, incluindo o aumento dos custos das vendas e serviços, além de desafios operacionais no Brasil.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da Camil foi de R$ 195,8 milhões, uma retração de 21,4% quando comparado ao terceiro trimestre do ano anterior. A queda no EBITDA reflete o impacto de custos elevados em sua operação e ajustes nos preços dos produtos que não acompanharam o aumento nas despesas.

Receita cresce, mas custos também aumentam

Por outro lado, a receita líquida da Camil Alimentos somou R$ 3,1 bilhões, representando um crescimento de 3% frente ao mesmo período de 2023. A empresa conseguiu expandir suas vendas, especialmente no Brasil, mas o aumento da receita não foi suficiente para compensar o aumento substancial dos custos operacionais.

Os custos das vendas e serviços subiram 6%, totalizando R$ 2,6 bilhões, o que corresponde a 83% da receita líquida. Esse aumento foi puxado principalmente pelo custo de produtos de alto giro, como grãos, pescados e café. A alta no custo desses insumos pressionou a margem da empresa, impactando diretamente sua rentabilidade.

Investimentos e endividamento: Capex e dívida em alta

A Camil também registrou um aumento no capex, que chegou a R$ 83,7 milhões, alta de 5% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete os investimentos em manutenção das operações e a construção de uma nova planta de grãos em Cambaí (RS). Essa planta faz parte de uma estratégia para ampliar a capacidade de produção da empresa e atender à crescente demanda do mercado.

Em termos de endividamento, a empresa enfrentou um aumento significativo de 17,4%, com o total da dívida atingindo R$ 5,9 bilhões. O crescimento no endividamento foi impulsionado principalmente por novas captações no Brasil, que visam garantir a sustentabilidade financeira da companhia frente aos desafios operacionais.

Impacto do cenário econômico e perspectivas futuras

A queda no lucro da Camil Alimentos é um reflexo direto dos desafios econômicos enfrentados pela companhia, que incluem o aumento dos custos de produção e a pressão sobre suas margens. No entanto, a empresa tem se esforçado para manter sua posição no mercado e continuar sua expansão com investimentos estratégicos em novas unidades de produção e melhoria de sua operação.

O setor alimentício como um todo tem enfrentado desafios em um cenário de alta nos preços de insumos e dificuldades logísticas. A Camil, com seu portfólio diversificado de produtos, busca mitigar esses impactos através de estratégias de controle de custos e inovação em suas linhas de produtos. No entanto, o caminho para a recuperação será um processo gradual e dependerá de um ajuste nos preços e nas condições de mercado.