Bolsa sobre, impulsionado por Petrobras e bancos, mas pressão externa limita avanço
O Ibovespa fechou com alta de 0,95%, refletindo o bom desempenho de Petrobras e bancos, que compensaram a queda de Vale e a pressão de dados econômicos nos EUA.

O Ibovespa encerrou a terça-feira, 7 de janeiro, com uma alta de 0,95%, alcançando 121.162,66 pontos. O índice registrou um ganho de 1.141,14 pontos, sustentado pelo desempenho positivo de Petrobras e bancos, apesar da pressão negativa proveniente da queda nas ações de Vale e da instabilidade nos mercados externos. O volume financeiro foi de R$ 21,40 bilhões, e o índice foi impactado por informações vindas tanto do mercado local quanto do cenário internacional.
Desempenho de ações: Petrobras e bancos sustentam alta, mas Vale prejudica o índice
A liderança dos ganhos no Ibovespa ficou com a Petrobras (PETR4), que subiu 2,13%, impulsionada pela expectativa de recuperação no mercado de energia e pelo movimento positivo nos preços do petróleo. A companhia foi seguida pelos bancos, com destaque para o Bradesco (BBDC4), que avançou 1,40%, e o Itaú Unibanco (ITUB4), que teve alta de 1,09%. A boa performance desses papéis ajudou a equilibrar a queda de Vale (VALE3), que perdeu 0,97% devido ao recuo do preço do minério de ferro para o menor nível das últimas sete semanas.
O cenário do varejo foi misto, com Lojas Renner (LREN3) registrando um ganho expressivo de 4,31%, refletindo o bom desempenho das vendas de fim de ano. Por outro lado, Magazine Luiza (MGLU3) viu suas ações recuarem 0,75%. As ações de empresas aéreas, como Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), devolveram parte dos ganhos expressivos que haviam registrado no pregão anterior, fechando com perdas de 2,33% e 1,27%, respectivamente.
Perspectiva do mercado
A alta do Ibovespa foi, em parte, impulsionada pelas declarações otimistas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, em entrevista à GloboNews, manifestou confiança na recuperação econômica do Brasil. De acordo com Haddad, a economia do país estará “muito mais arrumada” ao final de 2026, caso o plano da equipe econômica seja efetivado. Ele afirmou que a recuperação será feita sem “maquiagem” ou “contabilidade criativa”, o que ajudou a transmitir confiança ao mercado. A projeção de crescimento de 3,6% do PIB para 2024 também ajudou a dar uma base sólida para os investidores.
Apesar disso, o mercado ainda demonstra cautela. Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, destacou que o otimismo de Haddad não é suficiente para dissipar as dúvidas do mercado. Para ele, o compromisso com a responsabilidade fiscal ainda não é suficientemente claro para os investidores, especialmente os estrangeiros, que têm um papel significativo no fluxo de capital da Bolsa brasileira.
Dados externos afetam Wall Street e limitam avanço global
Enquanto o Ibovespa registrava alta, os mercados em Wall Street fecharam em queda, pressionados por novos dados econômicos nos Estados Unidos. O índice PMI de serviços de dezembro superou as expectativas, o que levantou preocupações sobre uma inflação mais persistente e reforçou a probabilidade de aumento nas taxas de juros pelo Federal Reserve. Os principais índices de ações de Nova York terminaram o dia com perdas: o Dow Jones caiu 0,42%, o S&P 500 recuou 1,11%, e o Nasdaq perdeu 1,89%.
Esse ambiente externo mais tenso trouxe volatilidade para os mercados globais, afetando a confiança dos investidores. O aumento nos rendimentos dos Treasuries também refletiu a recalibração das expectativas de inflação nos Estados Unidos, o que impactou negativamente o mercado de ações. As bolsas de valores internacionais têm observado esses desenvolvimentos com atenção, já que o comportamento da economia americana tem forte influência sobre os mercados emergentes, como o Brasil.
Expectativas para os próximos dias
O mercado brasileiro segue atento aos próximos indicadores econômicos. Amanhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados da produção industrial de novembro, e, no mesmo dia, o ADP de empregos privados nos Estados Unidos será revelado, antecedendo o payroll, que será publicado na sexta-feira, 10. Esses dados podem gerar mais volatilidade no curto prazo, tanto nos mercados internos quanto externos, dado que o emprego é um dos principais fatores monitorados pelos investidores.
Além disso, o desempenho das commodities, especialmente o minério de ferro, será fundamental para a trajetória das ações da Vale e para o comportamento do Ibovespa nos próximos dias. As expectativas para o primeiro trimestre de 2025 seguem incertas, com investidores aguardando mais clareza sobre o impacto das políticas econômicas internas e as possíveis mudanças no cenário externo.
Maiores altas do Ibovespa hoje (07)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
AMOB3 | +6.06% | R$ 0,35 |
MRVE3 | +5.06% | R$ 5,61 |
CRFB3 | +4.79% | R$ 6,12 |
HAPV3 | +4.59% | R$ 2,28 |
BRAV3 | +3.93% | R$ 24,06 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (07)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
CMIN3 | -3.55% | R$ 4,80 |
RADL3 | -3.38% | R$ 21,17 |
AZUL4 | -2.79% | R$ 4,18 |
RENT3 | -2.60% | R$ 31,46 |
CSNA3 | -2.11% | R$ 8,35 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 121.163 | +1.141 | +0,95% |
🇧🇷 USD/BRL | 6,1012 | -0,0125 | -0,20% |
🇺🇸 S&P 500 | 5.909,50 | -65,80 | -1,10% |