A Espanha conquistou o primeiro lugar no ranking das economias mais bem-sucedidas do mundo em 2024, conforme análise da renomada publicação britânica The Economist. O estudo classifica as economias da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com base no desempenho econômico durante o último ano, destacando a recuperação impressionante de países que passaram por dificuldades econômicas no passado. Este ano, a Espanha superou potências tradicionais, como os Estados Unidos e a Alemanha, confirmando seu papel de destaque na economia global.

O resurgimento econômico da Espanha

A pesquisa da The Economist é baseada em uma pontuação combinada que considera cinco indicadores econômicos fundamentais: Produto Interno Bruto (PIB), desempenho do mercado de ações, inflação, taxa de desemprego e saldos fiscais de 37 países da OCDE. Com base nesses critérios, a Espanha emergiu como a líder, com um PIB projetado para crescer 3,5% em 2024, um dos maiores avanços da região. Este crescimento é impulsionado por um mercado de trabalho robusto e altos níveis de imigração, que ajudam a impulsionar a produção econômica.

Este resultado é ainda mais notável considerando o contexto histórico da Espanha. O país, que esteve entre os mais afetados pela crise econômica global de 2008, tem experimentado um forte processo de recuperação, refletido nos números crescentes de seu PIB e na melhoria da qualidade de vida de seus cidadãos.

O Retorno dos “PIIGS”

Um aspecto significativo do estudo da The Economist é o ressurgimento das economias mediterrâneas da Europa, tradicionalmente conhecidas como os países “PIIGS” – Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha. Estes países foram severamente afetados pela crise de 2008 e, ao longo dos últimos anos, enfrentaram desafios econômicos imensos. No entanto, segundo a publicação britânica, eles experimentaram uma recuperação robusta, com a Espanha se destacando entre eles.

A The Economist sugere que esse “ressurgimento econômico” dos países mediterrâneos reflete um processo de transformação e adaptação, no qual reformas estruturais e a melhora no mercado de trabalho foram fundamentais. A situação econômica positiva da Espanha é vista como um reflexo de uma nova fase de prosperidade para a região, que, até recentemente, era considerada subvalorizada em comparação com suas vizinhas do norte da Europa.

A comparação internacional e o desempenho superior da Espanha

Os números são impressionantes quando comparados com outras grandes economias da OCDE. A The Economist destaca que, enquanto economias como a Alemanha e a Itália ainda enfrentam dificuldades devido aos altos preços da energia e a desaceleração da indústria, a Espanha segue com desempenho positivo. Com um crescimento projetado de 3,5% para 2024, a Espanha supera a Alemanha, que vê seu PIB crescer a uma taxa muito inferior.

Além disso, o desempenho da Espanha nos mercados financeiros também chama a atenção. Com um crescimento de 17,1% no mercado de ações, a Espanha ocupa a 10ª posição entre os países da OCDE nesse critério. O aumento controlado nos preços (+2,4%) coloca o país em 12º lugar, o que demonstra uma economia bem gerida, mesmo com desafios globais. Isso se reflete também na diminuição da taxa de desemprego, que caiu sete décimos no caso espanhol, ficando na faixa de 11%-12%, o que é um número positivo comparado aos outros países do sul da Europa.

Desafios para a economia Espanhola

Apesar dos avanços significativos, a Espanha ainda enfrenta desafios. A The Economist aponta que o PIB per capita não cresce no mesmo ritmo que a economia geral, o que é uma preocupação para a qualidade de vida da população. Além disso, embora o déficit primário da Espanha esteja controlado em -0,6%, a dívida pública continua a ser uma questão a ser observada, especialmente em um cenário econômico global volátil.

Esses desafios não são exclusivos da Espanha, mas refletem uma tendência em muitas economias avançadas que enfrentam o peso da dívida pública e a necessidade de reformas fiscais mais profundas. Mesmo assim, a Espanha está em uma posição relativamente mais forte em comparação com muitas economias da OCDE.

O impacto da imigração e o crescimento sustentável

Um dos fatores que têm impulsionado o crescimento econômico da Espanha é a imigração. O país experimentou um aumento considerável no número de imigrantes nos últimos anos, o que tem contribuído para o crescimento econômico, especialmente no mercado de trabalho. A chegada de novos trabalhadores, especialmente nas áreas de serviços e construção, tem ajudado a fortalecer a economia espanhola, resultando em uma maior produção e, consequentemente, maior crescimento do PIB.