O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 2,8% no terceiro trimestre de 2024, de acordo com os dados divulgados pelo Departamento de Comércio. Esse resultado veio em linha com as projeções do mercado, que esperavam o mesmo aumento de 2,8%. Essa informação sinaliza que a economia norte-americana continua a mostrar um desempenho sólido, com uma desaceleração suave da inflação e um crescimento robusto, apesar de desafios globais.

Composição do crescimento: detalhes do desempenho setorial

O crescimento do PIB dos EUA foi impulsionado por vários componentes importantes da economia. O consumo das famílias, um dos principais motores do crescimento, recuou ligeiramente, passando de 3,7% para 3,5% no trimestre, o que corresponde a um aumento de 2,9% ao ano. Esse ajuste reflete uma leve desaceleração no ritmo do consumo, mas ainda dentro de uma faixa saudável.

Por outro lado, os investimentos experimentaram uma leve aceleração, passando de 1,4% para 1,7%, refletindo uma expansão de 3,5% em termos anuais. Esse aumento nos investimentos indica que as empresas continuam a gastar em capital e infraestrutura, o que pode ser um bom sinal de confiança no futuro da economia.

As exportações apresentaram um desempenho mais fraco, caindo de 8,9% para 7,5% (ou 4,1% ao ano), enquanto as importações também diminuíram, de 11,2% para 10,2% (7,0% ao ano). Esse ajuste nas trocas internacionais reflete um cenário global de desafios econômicos, com uma demanda externa menos robusta. Por fim, os gastos do governo mantiveram-se constantes, avançando 5,0% (3,3% ao ano), o que mostra a continuidade de investimentos públicos, especialmente em áreas essenciais como infraestrutura e defesa.

Inflação: níveis mais baixos no PCE

Em termos de inflação, o índice de preços de consumo pessoal (PCE) do terceiro trimestre mostrou uma moderação significativa. O PCE cheio avançou 1,5%, acumulando um aumento de 2,1% nos últimos 12 meses. Mais relevante ainda foi a desaceleração do núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia. O aumento foi de 2,1%, abaixo da estimativa anterior de 2,2%, marcando uma inflação acumulada de 2,7% nos últimos 12 meses. Esse foi o nível mais baixo de inflação desde o segundo trimestre de 2021, o que indica uma estabilidade nos preços, essencial para um crescimento sustentável.

Análise econômica: crescimento sólido com sinais de desaceleração suave

De acordo com Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, a composição do crescimento foi mais favorável do que o esperado, com um menor descompasso entre os investimentos e o consumo das famílias. Ele acredita que, apesar da desaceleração no consumo, a economia americana continua a expandir de maneira robusta, o que é positivo para a sustentabilidade do crescimento nos próximos trimestres.

Além disso, Borsoi ressaltou que a desaceleração da inflação e a composição mais equilibrada da demanda agregada sinalizam uma desaceleração mais suave da economia, em comparação com o cenário de crescimento acelerado observado em períodos anteriores. Segundo ele, esses dados são consistentes com uma política monetária mais suave, o que pode indicar um novo corte de juros por parte do Federal Reserve na reunião do FOMC de 18 de dezembro.